Há 10 razões para comprar as ações da Vale, antes que os gringos o façam
Apesar da forte volatilidade dos mercados financeiros em todo o mundo por conta da pandemia do coronavírus, o minério de ferro se manteve quase intocado em 2020 e negociado a US$ 90 por tonelada. É uma queda de apenas 4%, enquanto a média de outros metais é de 13%.
Enquanto isso, a Vale (VALE3) despencou quase 40%, muito mais do que as suas principais concorrentes. A Rio Tinto e a BHP têm queda de 24% e 28%, respectivamente e a Fortescue alta de 10%. A diferença é injustificável, aponta o Credit Suisse em um relatório enviado a clientes.
Os analistas Caio Ribeiro e Gabriel Galvão ressaltaram que os investidores estrangeiros estão segurando poucas ações da Vale no momento, e que isso tende a mudar em breve.
Eles listaram 10 motivos para comprar as ações da mineradora brasileira que, segundo eles, têm um potencial de 70%. A avaliação foi realizada com base nos ativos negociados em Nova York (VALE). O preço-alvo é de US$ 14.
1 – Na China, o comércio transoceânico já foi retomado em 70%, o que gera suporte para os preços do minério de ferro. As taxas operacionais dos altos fornos estão subindo e os estoques de aço estão caindo rapidamente.
2 – As ações da Vale estão precificando minério de ferro por US$ 58 por tonelada em perpetuidade (36% abaixo do à vista).
3 – O múltiplo do valor da empresa sobre o Ebitda (EV/EBITDA) está no nível mais baixo dos últimos 10 anos, com 3,1 vezes em 2020 e 2,7 vezes em 2021. A média história é de 5,5 a 6 vezes, bem acima das mineradoras australianas (4,2 vezes).
4 – A empresa é uma “história de reavaliação” com novos avanços: desativação de barragens de rejeitos, possível acordo com os promotores sobre Brumadinho e resoluções regulatórias.
5 – Fluxos de caixa livre “sólidos” para 2020 e 2021 (10 e 13%, incluindo os pagamentos de Brumadinho).
6 – Possível restabelecimento da política de dividendos em 2020. O Credit Suisse calcula os rendimentos em 9%.
7 – Proteção cambial: a cada queda de 10% do real há um aumento de 5% no Ebitda da Vale.
8 – Os custos básicos de mineração (C1) tendem a cair US$ 2 a tonelada, para abaixo de US$ 14, no segundo semestre como reflexo da recuperação das vendas.
9 – Queda nos preços de frete em cerca de US$ 3 a tonelada no segundo trimestre, de US$ 17 nos três primeiros meses.
10 – Por fim, os analistas ressaltam que a posse das ações entre investidores estrangeiros ainda é pequena e um aumento potencial no volume vendido do minério de ferro pode gerar um momento positivo significativo para as ações.