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Gustavo Ruiz: Consumo consciente de investimentos e mercado 3.0

01 jul 2020, 18:51 - atualizado em 01 jul 2020, 18:51
Mercados
“É preciso gostar de aventura e ter coragem para tentar mudar conceitos, mas sabemos que o movimento já veio: não é questão de ‘se’ e sim de ‘quando'” (Imagem: Pixabay)

Sempre tive uma vontade de disseminar conhecimentos do bem. Em 2010, montei um blog com chamado Instinto Primata onde falava sobre sustentabilidade e que teve incríveis 5 seguidores. Também em 2010, fundei uma ONG, a qual fui diretor financeiro durante alguns anos chamada Instituto Incentivarte. Esse projeto, por sua vez, atingiu mais de 3 mil crianças das periferias de São Paulo e Rio de Janeiro.

Nessa mesma época, comecei a trabalhar em um dos maiores bancos de investimentos do mundo, onde fiquei por alguns anos. Ao mesmo tempo que tive a maior faculdade da vida, também tive motivos para desacreditar que seria no mercado financeiro que eu encontraria um propósito de vida — mas foi nesse segmento que encontrei.

Depois de alguns anos, posso falar que consegui alinhar o propósito de vida pessoal e profissional como sócio da Warren, responsável pela plataforma B2B chamada Warren for Business. Não somos uma ONG, mas somos a única corretora do Brasil que incentiva o consumo consciente de produtos financeiros.

Sabemos que abrir nossas entranhas aos clientes pode ser desafiador, podemos crescer mais devagar e com margens menores do que a concorrência, mas é na transparência que apostamos. Acreditamos que essa é a grande tendência dos próximos anos. Para nós, esse posicionamento é como comprar tempo e investir no futuro.

É preciso gostar de aventura e ter coragem para tentar mudar conceitos, mas sabemos que o movimento já veio: não é questão de “se” e sim de “quando”. Nesse tempo, sofreremos retaliações da concorrência? Sim, pois todos sabem que a transparência é uma ameaça às altas margens e ao legado prometido aos acionistas das grandes instituições financeiras.

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Consumo consciente

O mercado, contudo, está se nichando cada vez mais. Em um supermercado, por exemplo, hoje existem corredores específicos para atender determinado público consumidor e os produtos oferecem diversas informações. Ou seja, o consumidor ao comprar consegue desenvolver uma autoconsciência de consumo.

Não vejo um caminho diferente no mercado financeiro, onde os investidores terão informações para saber qual “corredor” é o mais adequado e qual produto oferece as condições desejadas. Sabemos que a realidade atual é muito diferente disso. A grande maioria das pessoas não conhece e não tem interesse em conhecer esse universo.

Porém, acredito que assim como o consumo de alimentos saudáveis explodiu nos últimos anos, o movimento do consumo consciente de produtos financeiros também está chegando: muitos influenciadores já falam sobre isso. O número de opções que o investidor tem hoje em dia é gigante, o que o obriga a pesquisar e a conhecer mais sobre o assunto, ainda mais em uma era de taxa de juros na casa dos 2%.

Warren for Business

Em outubro de 2019, lançamos oficialmente a primeira plataforma de tecnologia para empreendedores reais do mercado financeiro, entregando para os Planejadores Financeiros, Consultores de Investimentos e Gestores de Recursos uma solução para construção de uma marca própria de investimentos.

Sabemos que o cliente é o novo CEO das empresas, por isso, entregamos ao empreendedor uma ferramenta e uma corretora preparadas para capturar esse movimento. Somos os únicos a operar no modelo fee based, onde ganhamos um fee único sob o patrimônio dos clientes, e os únicos a devolver 100% das comissões a eles o que, em muitos casos, reduz o custo de investimento em 75% em relação à concorrência.

Minha motivação para esse texto vai muito além de promover a Warren. Quero incentivar que mais empreendedores se entusiasmem pelo caminho da conscientização financeira e que os investidores exijam isso de suas corretoras e bancos. Encerro aqui com um grande convite ao movimento do consumo consciente.E isso é maior que qualquer pessoa ou instituição