Banco Central

Gustavo Franco: “Ajuste fiscal deveria ser a 11ª medida anticorrupção”

08 dez 2016, 14:36 - atualizado em 05 nov 2017, 14:08

“O ajuste fiscal deveria ser a 11ª medida anticorrupção”. Essa frase resume um pouco o sentimento do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco diante da crise sem precedentes na economia brasileira. Durante apresentação em um evento em comemoração ao sétimo aniversário da Empiricus Research, Franco lembrou aos presentes que “não tem milagre” para sair da lama da depressão econômica.

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“As pessoas que criaram o déficit fiscal estão presas em Curitiba. Como uma coisa não está relacionada à outra?”, disse o economista. Ele comparou a ansiedade vista hoje por uma melhora dos sinais econômicos com o “efeito Zagallo”. Ou seja, a torcida está de nariz torto para Meirelles (treinador) e Temer, presidente do clube, já disse que o treinador está prestigiado.

Expectativas

Franco avalia que o Ministério da Fazenda precisa tomar para si o rumo das políticas e “eliminar fantasias sobre soluções mágicas”. Desta forma, Meirelles conseguiria desonerar Temer e desenvolver agendas “extra-Congresso”. “Em retrospecto, talvez tenha sido inadequado colocar-se como “governo de tiro curto”: a ponte se torna pinguela”, afirmou.

Segundo ele, o ajuste não pode ser visto como uma “maldade” contra o povo. “Temos uma ótima janela, por onde se espera que passem as PECs do Teto e da Previdência. Mas elas precisam estar dentro de um plano”, disse. O economista, que também estrategista-chefe da Rio Bravo Investimentos, destaca que “é preciso demonstrar que a responsabilidade fiscal é pré-condição para o crescimento e não sua inimiga”.