Internacional

Guiné Mineração: começa a corrida pelas riquezas de minério de ferro na selva africana

04 fev 2020, 17:42 - atualizado em 04 fev 2020, 17:42
Minério de ferro Mineração Commodities
As novas toneladas ameaçam chegar no momento em que a demanda por aço está esfriando (Imagem: Unsplash/@dominik_photography)

Durante anos, os enormes depósitos de ferro sob a selva montanhosa da Guiné foram praticamente esquecidos pelo setor de mineração.

Preso em discussões entre proprietários e autoridades do país da África Ocidental, parecia que o valioso minério nunca seria extraído.

Tudo mudou no ano passado, quando investidores, do bilionário Robert Friedland ao lendário negociador Mick Davis, convergiram para o país em uma corrida de recursos moderna.

Pela primeira vez em anos, projetos como a reserva Simandou – a joia da coroa da Guiné – podem finalmente ser desenvolvidos.

A mudança teria enormes implicações para a Guiné, que enfrenta uma turbulência política enquanto o presidente Alpha Condé pressiona por um terceiro mandato, e para a indústria global de minério de ferro.

As novas toneladas ameaçam chegar no momento em que a demanda por aço está esfriando, e o minério de ferro de alta qualidade enterrado na Guiné pressionará as mineradoras existentes.

Entre os grandes nomes interessados no minério de ferro da Guiné está o magnata da bauxita Fadi Wazni. Ele é presidente do consórcio SMB-Winning, um grupo que desenvolveu um negócio de mineração de bauxita na Guiné em apenas meia década.

Espera-se que uma avaliação da viabilidade econômica da mina seja concluída em breve (Imagem: Reuters/Muyu Xu)

Ganhou o direito de desenvolver partes de Simandou, mas será necessário muito dinheiro para que isso aconteça.

O grupo tem como meta extrair 100 milhões de toneladas por ano, fazendo da Guiné o terceiro maior exportador de minério de ferro do mundo, atrás apenas da Austrália e do Brasil. O plano exigirá investimentos de US$ 14 bilhões.

O problema: um projeto inicial de US$ 8 bilhões, incluindo uma ferrovia de 650 quilômetros que se estende por todo o país, ainda precisa ser financiado.

No entanto, Wazni diz que a empresa planeja começar a trabalhar no transporte ferroviário a partir de abril e está conversando com parceiros para obter financiamento.

Outro grande nome é o de Mick Davis, ex-CEO da Xstrata que foi um dos operadores e negociadores de maior sucesso da mineração, mas que batalha para se restabelecer desde a venda para a Glencore.

A Niron Metals, controlada por Davis, está estudando o desenvolvimento da mina de minério de ferro de Zogota, um projeto de menor porte que pode produzir cerca de 20 milhões de toneladas por ano.

Espera-se que uma avaliação da viabilidade econômica da mina seja concluída em breve.

Já o bilionário Robert Friedland esteve envolvido em algumas das maiores descobertas de mineração nas últimas três décadas. Em setembro, a High Power Exploration, de Friedland, obteve direitos para desenvolver o depósito de Nimba.

A HPX planeja construir uma mina “inicial” de 1 milhão a 5 milhões de toneladas por ano o mais rápido possível, enquanto estudos de viabilidade estão sendo concluídos para uma operação expandida de pelo menos 20 milhões de toneladas anualmente.