Meta fiscal de 2024 deve ser cumprida, mas cenário demanda atenção, diz Guillen, do BC
A meta de resultado primário do governo federal de 2024 tende a ser cumprida, considerando o limite inferior estabelecido, mas o quadro fiscal ainda demanda atenção, disse nesta segunda-feira (13) o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen.
Em apresentação levada a evento do Bradesco Asset, Guillen apontou que a percepção de mercado captada pelo BC no questionário pré-reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) piorou em relação à situação fiscal.
“Há incertezas em relação ao cumprimento das metas nos próximos anos e as projeções dos analistas indicam trajetória crescente da dívida”, disse.
A meta fiscal de 2024 é de déficit zero, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para mais ou para menos.
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De acordo com o diretor, nos debates feitos com o BC, agentes de mercado têm dado mais peso para a sustentabilidade da dívida pública, e não tanto para o atingimento da meta de resultado primário no ano.
Guillen voltou a defender que as políticas monetária e fiscal sejam harmoniosas e atuem de maneira contracíclica –atenuando ciclos de alta e baixa da atividade.
Ele acrescentou que o BC não fará qualificação sobre a condução da política fiscal pelo governo, mas leva esse quadro em consideração no trabalho para arrefecer a inflação.
O mercado tem questionado a capacidade do governo de promover uma estabilização do endividamento público. A desconfiança aumentou e gerou volatilidade em preços de ativos depois que a equipe econômica anunciou no fim do ano um pacote de ajuste fiscal considerado insuficiente, apresentado em conjunto com uma proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.