Guilherme Boulos, candidato à prefeitura de São Paulo, entra com ação no TRE-SP contra governador Tarcísio de Freiras
Tarcísio disse, mais cedo, que o Primeiro Comando da Capital (PCC) orientou o voto em Boulos, mas não apresentou provas.
“No dia da eleição, na boca do governador do Estado, vem mais um ataque e uma mentira inacreditável ao lado do meu adversário. Isso mostra, de um lado, o desespero dos nossos adversários e um ataque sem limite. De outro lado, alguém que está sentado na cadeira de governador se sujeitar a desempenhar um papel como esse para tentar influenciar no resultado das eleições”, afirmou Boulos em coletiva de imprensa convocada para comentar o tema.
“Isso é crime eleitoral e, por isso, nós acabamos de entrar no TRE com uma ação de investigação, a ação mais grave que se pode entrar na justiça eleitoral, por abuso de poder político contra o governador Tarcísio de Freitas e o meu adversário, que é o beneficiário, e também pela divulgação de informação falsa”, disse Boulos.
A afirmação de Tarcísio ocorreu durante coletiva de imprensa após a votação do governador no Colégio Miguel Cervantes, no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo.
Segundo o governador do Estado de São Paulo, houve um “salve” do PCC para que não se votasse na candidata à Prefeitura de Santos, Rosana Valle (PL). O mesmo teria acontecido sobre a prefeitura da capital paulista.
“Aconteceu aqui também, teve o salve. Houve interceptação de conversas, de orientações que eram emanadas de presídios por parte de uma facção criminosa orientando determinadas pessoas em determinadas áreas a votar em determinados candidatos. Houve essa ação de intercepção, de inteligência, mas não vai influenciar nas eleições”, afirmou Tarcísio.
O governador ainda disse as conversas encontradas pela inteligência foram encaminhadas para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP).
O que o Tribunal Regional Eleitoral diz
Em nota à imprensa, o Tribunal Regional Eleitoral afirmou que não tem conhecimento de nenhum relatório de inteligência.
“Não chegou ao conhecimento do TRE-SP nenhum relatório de inteligência nem nenhuma informação oficial sobre esse caso específico. O Tribunal soube do caso pela imprensa”.
Após a divulgação do caso, o candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos entrou com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) na 1ª Zona Eleitoral por abuso de poder político e abuso no uso dos meios de comunicação: 0601230-56.2024.6.26.0001.
O Tribunal é um órgão do Poder Judiciário que age mediante provocação. Os legitimados para propor ação são o Ministério Público Eleitoral, candidatos, partidos políticos, coligações e federações. O TRE-SP não se manifesta sobre casos concretos que possa vir a julgar.”