Guido Mantega sobre governo Lula: “Não serei ministro”
Guido Mantega, um dos nomes da equipe de transição de Luiz Inácio Lula da Silva mais rejeitados pelo mercado, afirmou nesta sexta-feira (11), com todas as letras, que não será ministro no gabinete que assume em 1º de janeiro, junto com Lula.
“Não serei ministro e vários [nomes] que estão no grupo de transição também não estarão no primeiro escalão”, disse de forma taxativa, em entrevista à GloboNews. Segundo Mantega, “a questão do grupo de transição está sendo superestimada.”
“Recebi várias congratulações e não é isso. O grupo de transição é para ajudar o novo governo a conhecer a estrutura do atual governo. Quem esta lá [no grupo de transição] não são uma estrutura ministerial”, acrescentou.
Ele será um dos quatro membros do grupo técnico que tratará dos temas envolvendo indústria, comércio, serviços e pequenas empresas. Ao ser anunciado ontem pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, Mantega causou um verdadeiro terremoto na Bolsa brasileira, levando o Ibovespa a fechar com mais de 3% de queda.
Guido Mantega: mercado não esquece nova matriz econômica
O motivo da aversão dos investidores ao seu nome é conhecido. Mantega foi o ministro da Fazenda mais longevo no cargo, mas deixou um legado que arrepia o mercado. Ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff, foi o principal responsável pela guinada desenvolvimentista do governo petista, chamada de nova matriz econômica.
Essas medidas são apontadas por vários economistas como responsáveis pela recessão enfrentada pelo Brasil em 2015 e 2016.
Mesmo com Mantega fora do páreo, outros nomes cotados para comandar a área econômica do terceiro mandato de Lula sofrem resistências dos investidores. É o caso do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e do ex-governador do Piauí Wellington Dias.
Na entrevista à GloboNews, Mantega afirmou que iniciou articulações para buscar um candidato ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), capaz de aglutinar os países latino-americanos. Segundo o economista, Ilan Goldfajn, indicado pelo governo de Jair Bolsonaro, não tem o apoio dos países americanos.
“Recebi alguns telefonemas de antigos colegas, ministros, pessoas da área econômica da América Latina se queixando que não estavam satisfeitos com o encaminhamento dessa eleição para a presidência. Então, resolvi entrar em contato, mandei, sim, um email para a Janet Yellen, secretária do Tesouro americano. E andei conversando com vários ministros da Economia de vários países latino-americanos, no sentido de buscar um candidato de união para esses países”, afirmou Mantega, que pediu o adiamento das eleições para a posição.
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