Guide Investimentos retira Petrobras, Gerdau e Itaúsa da carteira semanal

A Guide Investimentos retirou nesta segunda-feira (28) as ações da Petrobras (PETR4), Gerdau (GGBR4) e Itaúsa (ITSA4) de sua carteira recomendada semanal de investimentos. Na contramão, entram os papéis da Telefônica Brasil (VIVT4), BB Seguridade (BBSE3) e Braskem (BRKM5). As ações do Pão de Acúcar (PCAR4) e da Suzano Papel e Celulose (SUZB3) foram mantidas.

Petrobras

Em relatório assinado por Aline Sun, head da área de investimentos, a Guide explica que optou “por retirar os papéis da Petrobras em meio às incertezas de uma interferência do governo na atual política de preços da estatal, além dos rumores sobre uma eventual saída do Pedro Parente”. Segundo a corretora, “tais fatores podem pressionar ainda mais os papéis no curtíssimo prazo”.

“Ainda assim, seguimos com uma visão construtiva no longo prazo para a estatal. Vale destacar o Plano Estratégico e Plano de Negócios e Gestão 2018– 2022, que tem como foco: redução da alavancagem financeira; redução nos investimentos futuros e significativo corte de custos operacionais; e foco na gestão estratégica empresarial. Assim, a empresa deve continuar a se beneficiar – no longo prazo – de alguns fatores: processo de vendas de ativos; melhora operacional, com ganhos de eficiência e produtividade; e contínua desalavancagem financeira”.

Gerdau e Itaúsa

Os analistas da Guide Investimentos também retiraram os papéis da Gerdau (GGBR4) e Itaúsa (ITSA4). No caso da siderúrgica, a saída ocorreu em razão da estratégia de tornar o portfólio da carteira mais defensivo. Já no caso da instituição financeira, a explicação é de que os papéis da companhia ficaram pressionados “em meio as recentes altas do prêmio de risco-país (CDS)”.

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BB Seguridade, Braskem e Telefônica Brasil

A entrada da Telefônica Brasil  (VIVT4) foi considerada “estratégica para a carteira”. De acordo com a Guide Investimentos, “o papel é defensivo e tende a deixar o portfólio com menor volatilidade”. A recomendação é sustentada pelos números resilientes da companhia, com forte geração de caixa e constante distribuição de dividendos; além do valuation atrativo.

A chegada da BB Seguridade (BBSE3) também se deve ao fato de o ativo possuir uma característica mais defensiva. “Sustentamos nossa recomendação devido à tendência de recuperação nas operações de Previdência (após melhora da taxa de gestão e controle de custos) e nas operações de SH1 e SH2 (em meio à melhora do índice combinado, impulsionado pelos menores índices de sinistralidade e melhora do índice de despesas gerais e administrativas)”.

“A melhora da eficiência da BB Seguridade em seus últimos resultados compensou as contribuições mais fracas em alguns segmentos e resultados financeiros impactados negativamente pelas quedas na Selic. Além disso, as negociações da BB Seguridade com a Mapfre, envolvendo algum de seus negócios, podem destravar valor para o papel no curtíssimo prazo”, afirmam os analistas da Guide Investimentos.

Já as ações da Braskem (BRKM5) foram adicionadas na carteira recomendada visando a possibilidade de avançar as negociações envolvendo a venda do controle da empresa no curto prazo. Recentemente, a petroquímica recebeu oferta pela LyondellBasell, avaliando a companhia em R$ 41,5 bilhões (valuation cerca de 6 vezes EV/Ebitda, próximo do que é negociada).

“Contudo, a entrada de um novo player no controle acionário da Braskem pode acelerar o processo da petroquímica para sua migração ao Novo Mercado. E, neste caso, há um maior potencial de valorização para os papéis no curto prazo. E mais: a troca no controle da Braskem contribui para aprimorar a governança corporativa da companhia, algo que ficou ‘em cheque’ nos últimos anos após envolvimento nas investigações da Lava Jato. O movimento vai em linha com as demais estratégias do negócio, criando valor para todos os seus atuais acionistas”.

Pão de Açúcar e Suzano Papel e Celulose

Pão de Acúcar (PCAR4) e da Suzano Papel e Celulose (SUZB3) permaneceram na carteira recomendada da Guide Investimentos.

Em relatório, os analistas explicam que o Grupo Pão de Açúcar (GPA) tem mostrado sinais de recuperação mais acelerada nas suas vendas, impulsionado pela melhora em relação ao fluxo de clientes, ganho de participação de mercado e bom desempenho de vendas em “mesmas lojas”.

“O resultado tem sido apoiado principalmente pelo forte desempenho da bandeira Assaí. O grupo tem reportado um progresso no lado operacional, comercial e financeiro em todos os segmentos de negócios, mesmo diante de um cenário econômico ainda desafiador”, avalia a Guide Investimentos.

Já no caso da Suzano Papel e Celulose (SUZB3), a justificativa para mantenimento dos papéis da empresa é atribuída: ao ciclo mais positivo para os preços da celulose no curto/médio prazo; à conclusão do ramp up do projeto de Tissue, que deve contribuir para impulsionar o volume de produção de papéis e impulsionar margens; aos números mais fortes para 2018; e às sinergias após aquisição com FIBR3 (próximos de R$ 10 bilhões).

“O setor de Papel & Celulose segue apresentando demanda forte e saudável, devido a interrupção de fornecimento e consumo crescente da China. A indústria de Papel & Celulose deve se manter aquecida ao longo do ano, com a demanda impulsionada pelo consumo de tissue; questões sanitárias na China; melhores condições econômicas na zona do Europa; além da recuperação da atividade econômica local”, explica a Guide Investimentos.

Desta forma, a Suzano tem se beneficiado dos aumentos dos preços da celulose. “Com maior disciplina de gastos e aumento de eficiência, a companhia tem conseguido reduzir seu custo caixa de produção, impulsionando cada vez mais sua geração de caixa operacional. Continuamos otimistas com a evolução operacional da Suzano e aumento de competitividade estrutural”.

Performance da Carteira Semanal da Guide Investimentos

Na última semana, a carteira teve uma performance abaixo do Ibovespa. O resultado foi pressionado pela forte baixa dos papéis da Petrobras. Para essa semana, a expectativa é de que, em meio a forte volatilidade para os ativos de riscos domésticos, a introdução de ativos considerados mais defensivos, como BB Seguridade e Telefônica Brasil, além de papéis que podem se beneficiar de eventos específicos (incluindo a possível venda da Braskem), poderão impulsionar a rentabilidade do novo portfólio escolhido.