Guggenheim: Ethereum possui “utilidade bem maior” do que o Bitcoin
Todd Morley, cofundador e ex-executivo da grande gestora de investimentos Guggenheim Partners, disse que Ethereum tem uma “utilidade bem maior” do que o Bitcoin.
Nessa segunda-feira (24), em entrevista à Bloomberg TV, Morley disse que o Bitcoin é “uma coisa”, mas que “a Ethereum, para mim, possui uma utilidade bem maior por meio de contratos autônomos”.
Qualquer indústria que não tiver uma estratégia de tecnologia de digitização “irá falir”, segundo Morley. Ele deu o exemplo da indústria de seguros e disse que é melhor indústrias desse tipo terem uma estratégia de tecnologia ou “se algo acontecer de repente, seu walkman irá parecer um ábaco”.
A tecnologia blockchain está avançando rapidamente para outras partes do mundo, segundo Morley.
Ele disse que o número de desenvolvedores de aplicações na Ethereum, por exemplo, está crescendo a um ritmo rápido há seis anos consecutivos, “bem, bem mais rápido do que a Lei de Moore, então é lá onde as coisas estão acontecendo”.
A Lei de Moore se refere à observação feita pelo engenheiro americano Gordon Moore em 1965, que afirma que o número de transistores em um denso circuito integrado duplica a cada dois anos.
Em outras palavras, a velocidade e capacidade de computadores irá aumentar de dois em dois anos e as pessoas irão pagar menos por eles.
Morley afirmou que a implementação em grande escala da função de utilidade e do acesso a ativos da Ethereum “ainda não aconteceu, então esperamos sermos líderes nisso”.
Overline.Network
Atualmente, Morley é o presidente do projeto blockchain Overline Network.
Anteriormente conhecido como Block Collider, Overline é um protocolo de interoperabilidade, criado para conectar blockchains, permitindo que a rede Bitcoin se conecte a protocolos de finanças descentralizadas (DeFi), segundo seu site.
Este ano, Overline lançou seu mercado descentralizado chamado Interchange, que permite a negociação com garantias entre múltiplos blockchain sem a necessidade de usar “wrapped tokens” — que são lastreados em outros criptoativos, como wBTC em relação ao BTC — ou taxas de gás — pagas a mineradores da Ethereum para a transmissão de transações no blockchain.
A Overline Network possui duas moedas: Overline (OL) — token principal da rede — e Emblems (EMB) — token padrão ERC-20 que fornece recompensas por bloco a mineradores da Overline que realizam o staking do ativo.
Em relação ao modelo de negócio da Overline, Morley disse que o projeto deve obter lucro conforme o uso e o valor do token OL aumentam ao longo do tempo. Além disso, conforme o mundo avança ainda mais em ativos tokenizados, o criptoativo poderá ter mais casos de uso.
É um dos motivos pelos quais Overline, junto com o grupo de desenvolvimento de imóveis JDS, está desenvolvendo uma nova “torre blockchain” em Nova York. A torre, na 111 West 57th Street, irá incluir “o maior museu de NFTs do mundo”, segundo Morley.
Então é este tipo de função de utilidade dentro de um prédio em vez de apenas ter posse de tijolos e argamassa”, afirmou Morley. “Acreditamos que Overline será a progenitora de muitos projetos que as pessoas poderão possuir.”
Morley também falou sobre as oscilações de preço do mercado durante a entrevista e disse que “ainda é um mercado muito pequeno, então é ilíquido” e que é algo “comum para um mercado novo”.
Porém, a função de utilidade do mercado cripto, a forma como conecta pessoas, e a maneira de criar novos níveis de acesso é “realmente espetacular”, de acordo com Morley. “Acreditamos que será um desenvolvimento bem, bem positivo para o mundo.”
