Internacional

Esta foto deixou Trump morrendo de inveja (e a China muito feliz)

08 maio 2019, 12:39 - atualizado em 08 maio 2019, 13:33
China
Sabe quem não está nesta foto? Donald Trump: 77 líderes globais foram à China assinar um pacto de cooperação global para a “Nova Rota da Seda” (Imagem: Second Belt and Road Forum for International Cooperation)

Como em qualquer cenário político, existe certa correlação de forças, às vezes amigas, por ora contrárias. Enquanto uma pretende demonstrar sua força de maneira impositiva, outra quer utilizar a via da cooperação para emergir como líder global.

É este o cenário vivenciado entre as duas maiores economias do mundo, segundo análise de Federico Pieraccini, da Strategic Culture Foundation, na qual avalia a forma pela qual Donald Trump e Xi Jinping pretendem manter a força de seus países no contexto geopolítico global, pelos acontecimentos das últimas semanas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Três quartos do planeta

Do lado asiático, a ocorrência do “2 ºBelt and Road Forum” nesta segunda-feira (6) – remetendo a antiga “Rota da Seda” entre o Oriente e a Europa – demonstra o ensejo de Pequim: cooperar para crescer.

Com presença de 40 líderes globais da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático) e da Europa, 37 chefes de Estado e mais de 5000 membros de organizações, o projeto ambicioso que promete transformar a Eurásia buscará aprimorar o comércio internacional via zonas livres de impostos e investimentos em infraestrutura, além de cooperação tecnológica e energética.

Vladimir Putin também participou do evento (Imagem: Second Belt and Road Forum for International Cooperation)

Para cooperar no projeto, 125 países assinaram o documento, incluindo o Brasil. Mais de trinta organizações ratificaram 170 acordos, com investimento total projetado de US$ 1,3 trilhão entre 2013 e 2027.

Segundo avalia Robin Xing, economista-chefe do Morgan Stanley para a China, em um relatório citado pelo site Zero Hedge, “o investimento da China nos países pertencentes ao projeto crescerá 14% por ano nos próximos dois anos, e o investimento total poderá dobrar para o intervalo de US$ 1,2 trilhão a US$ 1,3 trilhão em 2027”.

Enquanto os EUA tentam maior domínio global com ameaças, a China lança um projeto de cooperação global (Pixabay)

Ventos decadentes declinantes

Do outro lado do planeta, Washington busca provar sua predominância via truculência. Em uma metáfora, na fábula de Ésopo “O Vento e o Sol”, o vento e o sol estavam disputando qual dos dois era o mais forte.

De repente, viram um viajante. Decidiram medir a força com um pequeno desafio: aquele que conseguisse fazer o transeunte tirar o casaco, seria o mais forte.

O vento começou a soprar com toda a força. Quanto mais soprava, mais o homem ajustava o casaco ao corpo. Desesperado, então o vento retirou-se. O sol saiu de seu esconderijo e brilhou com todo o esplendor sobre o homem, que logo sentiu calor e despiu o casaco.

A moral da história é somente uma: a bondade e a amabilidade são sempre mais fortes que a fúria e a violência.

Cooperação benéfica

Dentro do contexto geopolítico, os chineses buscam cooperação em um jogo “ganha-ganha” no qual se beneficiará da melhoria na qualidade de vida das pessoas, ao contrário do proferido por Donald Trump e de seus seguidores e fãs incondicionais de carteirinha.

Pequim realizará empréstimos gigantescos para o aprimoramento do padrão de vida, como infraestrutura básica, ferrovias, escolas, rodovias, aquedutos, portos, conexão a internet e hospitais.

Como destacado no periódico Asia Times, “a nova iniciativa da Rota da Seda detém apoio de nada menos que 126 estados e territórios, mais diversas organizações internacionais. Essa é a nova, verdadeira e realística face da “comunidade internacional” – maior, mais diversificada e mais representativa do que o G20″.

Trump está sendo isolado em suas tentativas de maior domínio geopolítico (Imagem: Facebook)

Yankees sozinhos?

Trump não pode sozinho combater a Venezuela, o Irã ou a Coreia do Norte. No caso do país sul-americano, Brasil e Colômbia aparentemente não deverão se sacrificar para agradar Washington.

No Oriente Médio, as investidas recentes no Afeganistão e no Iraque evidenciaram como os EUA podem perder milhares de cidadãos norte-americanos, o que afeta negativamente a opinião pública norte-americana. Já a Coreia do Norte está protegida por seu poderio nuclear.

O que resta a Trump e a seus conservadores aliados são ameaças vazias de guerra, ataques inócuos a China e a Rússia e propaganda maciça de pânico e guerra para encher os cofres dos fabricantes de armas dos EUA.