Guerra na Ucrânia estimula EUA a intensificar investigação contra Kaspersky
O governo dos Estados Unidos intensificou uma investigação de segurança nacional sobre a produtora russa de software antivírus Kaspersky, em meio a crescentes temores de ataques digitais depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, disseram três pessoas familiarizadas com o assunto à Reuters.
O caso foi encaminhado ao Departamento de Comércio pelo Departamento de Justiça no ano passado, disse uma quarta pessoa, mas o órgão fez pouco progresso até que a Casa Branca e outros funcionários do governo norte-americano pedirem que eles avançassem em março, acrescentaram as três pessoas.
O caso aponta o risco de que o Kremlin possa usar o software antivírus, que tem acesso privilegiado aos sistemas de um computador, para roubar informações confidenciais de norte-americanos ou adulterá-los à medida que as tensões aumentam entre Moscou e o Ocidente.
Os reguladores dos Estados Unidos já proibiram o uso dos softwares Kaspersky pelo governo federal e podem, em última análise, forçar a empresa a tomar medidas para reduzir os riscos representados por seus produtos ou proibir os norte-americanos de usá-los.
As autoridades são “realmente a única ferramenta que temos para lidar com a ameaça (representada pela Kaspersky) em uma base comercial em toda a economia, dado nosso mercado aberto”, disse Emily Kilcrease, ex-vice-assistente do representante comercial dos Estados Unidos.
Outros poderes regulatórios não permitem que o governo bloqueie o uso de software pelo setor privado feito pela empresa com sede em Moscou, há muito vista pelas autoridades norte-americanas como uma séria ameaça à segurança nacional do país.
Os departamentos de Comércio e Justiça e a Kaspersky se recusaram a comentar. A empresa há anos nega irregularidades ou qualquer parceria secreta com a inteligência russa.
A investigação intensificada está sendo executada usando amplos novos poderes criados durante o governo Trump, que permitem que o Departamento de Comércio proíba ou restrinja transações entre companhias de norte-americanas e empresas de internet, telecomunicações e tecnologia de nações “adversárias estrangeiras”, incluindo Rússia e China.
Contra a Kaspersky, o Departamento do Comércio pode usar instrumentos que incluem a proibição do uso de softwares da empresa ou impedir o download de atualizações.
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