Guerra Israel-Hamas: Por que o dólar não dispara como previsto?
Diferentemente do esperado, o dólar à vista não opera nas máximas e nem com sinal de alta no pregão desta segunda-feira (09), a primeira com uma nova guerra em curso.
Com os conflitos entre Israel e o Hamas, iniciados na madrugada de sábado (07), a expectativa era de estresse nos ativos financeiros globais, principalmente no petróleo e na moeda norte-americana.
Frente ao real, o dólar operou em alta até meados desta tarde, chegando às máximas de R$ 5,18 no começo dos negócios.
Porém, inverteu para queda e, por volta das 16h15 (de Brasília), a divisa recuava 0,3%, cotada a R$ 5,13 para venda, no menor valor desde terça-feira. Enquanto isso, o contrato futuro de dólar com vencimento em novembro caía 0,2%, a R$ 5,14.
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Por que o dólar não salta com guerra?
Uma das explicações para o dólar não saltar nesta segunda-feira, segundo o economista e consultor André Perfeito, é que o mercado entende que o conflito no Oriente Médio será local.
“Apesar da alta do petróleo [de quase 5%], a reação nos mercados têm sido discreta ao avaliar que a guerra em Israel contra a Faixa de Gaza será limitada a região. Isso faz que os ativos não caiam fortemente”, avalia.
Perfeito também pondera que o Brasil “está longe” de determinados ruídos globais, o que pode explicar o movimento de baixa frente ao real.
Entretanto, outro fator pode estar pesando ainda mais no desempenho mais tímido da moeda americana. O mercado americano está feriado devido ao feriado de “Colombus Day” nos Estados Unidos.
Sem o principal mercado, a precificação do dólar perde a referência e os efeitos da guerra podem vir tardios, amanhã, com movimento de correção. Além do retorno das negociações dos títulos norte-americanos (treasuries).