Guerra e petróleo: Vai faltar combustíveis no Brasil?
Desde que começou a guerra entre Israel e Hamas, há pouco mais de 10 dias, o mercado está preocupado em como o petróleo vai se comportar durante o conflito. O preço da commodity avançou na última semana, se mantendo acima dos US$ 90. Com isso, surge a dúvida de como fica o Brasil nessa história.
No entanto, apesar de estarem atentos, nem o governo e nem a Petrobras (PETR3; PETR4) estão preocupados. Na quarta-feira (18), ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descartou o risco de o país sofrem algum desabastecimento de combustíveis.
“Não tem risco [de desabastecimento]. A Petrobras tem tido toda a responsabilidade na questão do suprimento de combustível no Brasil. Inclusive, essa responsabilidade é do Ministério [de Minas e Energia], de manter qualidade de produto e garantia de suprimento”, disse.
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Também ontem, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, apontou que a guerra não é totalmente culpada pelas recentes altas do produto no mercado internacional.
Segundo o executivo, apesar de espasmos de preço de combustíveis vistos após os ataques do Hamas sejam esperados, o aumento recente no barril de petróleo foi pontual, sendo que “já tinha uma inflação estrutural acontecendo”.
“Nós achamos que os espasmos que tivemos de preço são característicos de conflitos, como quando o Iraque invadiu o Kuwait. Normalmente você tem dois ou três dias de espasmos de preço, depois ele volta. Como ele já estava em ascensão, continuamos acompanhando”, aponta.
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Petrobras: defasagem dos combustíveis
Prates descartou a possibilidade da guerra interferir no preço dos combustíveis no Brasil no curto prazo. Por outro lado, dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), há espaço para novas altas nos preços dos combustíveis.
No caso do diesel, a defasagem nas refinarias da Petrobras em relação ao mercado internacional está em 15%. Trata-se de R$ 0,65. Já a gasolina está mais alinhada, com uma defasagem de 2%, ou R$ 0,05.