Guerra de corretoras BGC e Tradition chega aos tribunais
Uma nova batalha entre corretoras está sendo travada nos tribunais. A BGC Partners e a rival Tradition se enfrentam devido ao “desastre” causado pela contratação de uma equipe de seis pessoas com histórias de vigilância por agentes de segurança privados, mensagens de WhatsApp deletadas e ameaças de colocar um corretor na prisão.
O julgamento de 20 dias começou na segunda-feira. A BGC declarou que, além de orquestrar a saída dos corretores da principal mesa de trading de câmbio do BGC em abril de 2017, o executivo sênior da Tradition no Reino Unido também teria recebido informações confidenciais de uma “bem-guardada” planilha.
A Tradition, o braço de Londres da Cie Financiere Tradition, disse que todo o processo tem um ar de “Alice no País das Maravilhas”, dizendo que a maioria das empresas gostaria de recrutar corretores brilhantes.
O caso lembra outra disputa de alto perfil e amarga sobre recrutamento no pequeno e ultracompetitivo mercado: o da BGC e Tullett Prebon, que levou a pelo menos 10 processos. Em 2015, o BGC concordou em pagar US$ 100 milhões para o concorrente com o objetivo de arquivar alegações de contratação irregular de corretores.
No foco do caso mais recente está Michael Anderson, que se tornou copresidente de operações da Tradition em Londres em outubro de 2016, que tinha um mandato para expandir as operações.
A BGC diz que Anderson pressionou para obter informações secretas sobre números de receita de um gerente da Tradition. O advogado da Tradition disse que Anderson não fazia ideia de que seu subordinado, Anthony Vowell, tinha acesso aos relevantes dados de vendas, e que a BGC estava simplesmente preocupada com o aumento da competitividade da Tradition.
“Eles queriam reduzir o tamanho da Tradition. Queriam Anderson fora”, disse Neil Kitchener, advogado da Tradition, sobre a BGC. “Se esse litígio tem como objetivo conseguir alguma coisa” é conseguir culpar Anderson.
Apenas alguns dias antes do início do julgamento, a Tradition disse que soube que a corretora rival havia usado “agentes de segurança privada” para seguir Vowell. Além disso, a BGC colocou um de seus próprios corretores sob vigilância, disse a Tradition.
Porta-vozes da BGC e da Tradition não quiseram comentar.
A contratação da equipe pela Tradition foi um “desastre”, disse Anthony Warner, que coordena os negócios de corretagem da BGC em Londres.
A principal alegação da BGC é que Anderson coordenou o recrutamento de seis dos oito corretores da mesa Forward Cable, que fazia transações em dólares e libras, e depois tentou esconder provas de seu papel na estratégia.
Uma série de reuniões ocorreu durante o inverno de 2016, quando o executivo e uma empresa de recrutamento coordenaram a mudança, disse a BGC. No dia em que os corretores saíram da BGC, Anderson teria escrito à empresa de headunter: “Estou excluindo todos os meus whatsapps“.