Invasão da Ucrânia

Guerra da Ucrânia muda foco para Donetsk após queda de Luhansk

04 jul 2022, 9:34 - atualizado em 04 jul 2022, 9:34
Rússia disse que estabeleceu controle total sobre a região de Luhansk depois que as forças ucranianas saíram da cidade de Lysychansk, após bombardeio (Imagem: REUTERS/Alexander Ermochenko)

As forças russas na Ucrânia vão se concentrar em tentar tomar toda a região de Donetsk, após forçarem as tropas ucranianas a se retirarem da última grande cidade sob seu controle na região vizinha de Luhansk, disse o governador de Luhansk nesta segunda-feira.

Depois de abandonar um ataque a Kiev, a capital ucraniana, durante as primeiras semanas da guerra, a Rússia tem concentrado sua operação militar no coração industrial de Donbas, que compreende as regiões de Luhansk e Donetsk, onde representantes separatistas apoiados por Moscou lutam contra a Ucrânia desde 2014.

A Rússia disse que estabeleceu controle total sobre a região de Luhansk depois que as forças ucranianas saíram da cidade de Lysychansk, após bombardeio.

“Em termos militares, é ruim deixar posições, mas não há nada crítico (na perda de Lysychansk). Precisamos vencer a guerra, não a batalha por Lysychansk”, disse o governador Serhiy Gaidai em entrevista à Reuters.

“Dói muito, mas não é perder a guerra.”

Ele afirmou que a retirada de Lysychansk foi “centralizada”, indicando que foi planejada e ordenada, mas que as forças ucranianas corriam o risco de serem cercadas.

“Ainda assim, para eles (as forças russas) o objetivo número 1 é a região de Donetsk. Sloviansk e Bakhmut serão atacadas –Bakhmut já começou a ser bombardeada com muita força”, declarou.

Gaidai disse acreditar que a cidade de Sloviansk e a cidade de Bakhmut em particular serão atacadas conforme a Rússia tenta assumir o controle total de Donbas, no leste da Ucrânia.

Moscou disse que a captura de Lysychansk menos de uma semana depois de tomar a vizinha Sievierdonetsk significava que havia “libertado” Luhansk, um importante objetivo de guerra do Kremlin.

Moscou informou que entregará o território capturado à autoproclamada República Popular de Luhansk, apoiada pela Rússia, cuja independência reconheceu às vésperas da guerra.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, prometeu na noite de domingo recuperar o território perdido com a ajuda de armas ocidentais de longo alcance.

Zelenskiy disse que a Rússia está concentrando seu poder de fogo no front de Donbas, mas a Ucrânia reagirá com armas de longo alcance, como os lançadores de foguetes Himars fornecidos pelos Estados Unidos.

“O fato de protegermos a vida de nossos soldados, nosso povo, desempenha um papel igualmente importante. Reconstruiremos os muros, recuperaremos a terra e as pessoas precisam ser protegidas acima de tudo”, disse Zelenskiy em seu vídeo noturno.

Em Sloviansk, a oeste de Lysychansk, na região de Donetsk, o prefeito Vadym Lyakh escreveu no Facebook que no domingo um bombardeio violento matou pelo menos seis pessoas, incluindo uma menina de 10 anos.

Milhares de civis foram mortos e cidades arrasadas desde a invasão russa em 24 de fevereiro, com Kiev acusando Moscou de atacar civis deliberadamente.

Moscou nega.

A Rússia diz que o que chama de “operação militar especial” na Ucrânia visa proteger os falantes de russo dos nacionalistas.

A Ucrânia e seus aliados ocidentais afirmam que este é um pretexto infundado para uma agressão flagrante com objetivo de tomar território.

A guerra na Ucrânia provocou uma crise global de energia e alimentos e as sanções lideradas pelo Ocidente contra Moscou desencadearam a pior crise econômica na Rússia desde a queda da União Soviética em 1991.

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