Relações Internacionais

Guerra comercial EUA e China: Por que Brasil pode sair prejudicado pelas medidas protecionistas de Trump

22 jan 2025, 15:29 - atualizado em 22 jan 2025, 15:29
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Trump disse que está avaliando uma tarifa de 10% sobre os produtos vindos da China. (Imagem: iStock/narvikk)

O presidente Donald Trump já está estudando uma tarifa sobre os produtos provenientes da China. Em entrevista a jornalistas na Casa Branca, ele disse que está avaliando uma tarifa de 10% — abaixo dos 60% que foram prometidos durante a campanha eleitoral.

A divulgação das novas tarifas deve ficar para início de fevereiro e o Brasil pode ser afetado pela medida. Durante o primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2021, guerra comercial entre Estados Unidos e China resultou em um aumento das compras chinesas de commodities brasileiras, como soja e carnes, além de uma aproximação maior entre os dois países.

Po um lado, os grãos brasileiros podem ganhar destaque no mercado asiático, com a China buscando diversificar seus fornecedores em resposta às sanções.

No entanto, Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destaca que, caso o novo conflito comercial entre os dois gigantes resulte em um acordo comercial mais favorável aos EUA, o Brasil poderia ser prejudicado nessa história.

“Estima-se que tal mudança poderia levar a uma redução de US$ 3,5 bilhões nas exportações brasileiras de soja, por exemplo, uma perda significativa para nossa balança comercial”, afirma.

As contrário do primeiro mandato, as sanções impostas Trump encontram uma economia chinesa pressionada pelo mercado imobiliário e queda no consumo interno, dando às medidas um potencial de desacelerar o crescimento econômico da China.

Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, aponta que a China é o principal destino das exportações brasileiras de minério de ferro, proteína animal e grãos, setores que estão diretamente ligados ao desempenho da economia chinesa.

“Caso a demanda interna da China seja enfraquecida por conta de uma desaceleração econômica, isso pode reduzir o apetite do país por commodities brasileiras, pressionando os preços internacionais e impactando diretamente nossa balança comercial. Além disso, uma possível intensificação das tensões comerciais entre EUA e China pode criar instabilidade nos mercados globais, gerando reflexos adversos na economia brasileira, que é fortemente dependente do comércio exterior para sustentar seu crescimento”, afirma.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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