Guerra comercial segue pressionando bolsas globais

As Bolsas globais tentam se recuperar nesta terça-feira (8) das perdas da última semana com a guerra comercial. Apesar de terem aberto no positivo, alguns índices, como a Nasdaq e o Ibovespa viraram para queda novamente.
No Giro do Mercado desta terça, a jornalista Paula Comassetto destacou o aumento da tensão entre Estados Unidos e China. Na última semana, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a taxação de importações chinesas em 34%.
- Bolsas globais tentam recuperação após o caos da guerra comercial: Acompanhe o que mexe com o Ibovespa hoje no Giro do Mercado desta terça-feira (8):
Como retaliação, o governo chinês rebateu com tarifas de 34% em importações dos EUA. A Casa Branca, então, confirmou nesta terça que uma tarifa adicional de 50% sobre os produtos da China a partir de amanhã (9).
Com isso, a taxa total sobre os produtos chineses subirá para 104%.
Analistas, bancos e estrategistas estão revisando suas visões em relação à economia norte-americana e as ações dos índices. A BlackRock rebaixou as ações dos EUA de sobrepeso para neutro, no horizonte de três meses.
Além disso, o CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, alertou os efeitos negativos do tarifaço, que podem se expandir, sendo complicados de reverter.
Adicionando à tensão do mercado, nesta semana os investidores recebem os dados de lucros corporativos nos Estados Unidos. A partir de sexta-feira (11), o JP Morgan, Morgan Stanley e o Wells Fargo divulgam seus balanços do primeiro trimestre de 2025 (1T25).
Agrishow
Nesta semana, os investidores do agronegócio voltam as atenções para a Tecnoshow, feira do setor realizada em Goiás. O repórter Pasquale Augusto e o editor-chefe do Money Times, Renato Carvalho, que acompanham o evento in loco, destacaram as declarações de Priscila Trigo, economista do Bradesco BBI, sobre as perspectivas para a economia e o agronegócio em 2025.
Durante sua fala, Trigo chamou atenção para os impactos da guerra comercial. Segundo a economista, um dos principais efeitos é a queda nos preços e na demanda global — inclusive de produtos agrícolas.
Ela também apontou a possibilidade de uma desaceleração na política monetária, caso o risco de recessão global se intensifique. A expectativa do Bradesco BBI é que a Selic encerre 2025 em 15,25%, com início de um ciclo de corte a partir de meados de 2026.