Guedes x Meirelles: Queridinhos do mercado para Economia trocam alfinetadas por causa de teto de gastos

Além do cargo de presidente, está em jogo também nessas eleições o cargo de ministro da Economia. Do lado de Jair Bolsonaro (PL) está Paulo Guedes; já Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não confirmou um nome, mas o mercado já aposta em Henrique Meirelles.

Acontece que Guedes e Meirelles começaram a trocar farpas por aí. Ontem, durante um evento em Vitória (ES), Guedes disse que o teto de gastos foi mal construído e que “o cara que fez o teto” agora defende que se fure a regra.

A indireta foi para Meirelles, que atuou como ministro da Fazenda de Michel Temer (MDB) e criou a regra de controle de gastos públicos.

Mais cedo, o ex-ministro publicou em seu Twitter que furar o teto em 2023 é uma forma de reorganizar as contas do governo e manter o compromisso com a responsabilidade fiscal. Isso também permitiria cumprir a promessa de manter o Auxílio Brasil mais robusto, de R$ 600, de 2023.

Abrir uma excepcionalidade constitucional para permitir o custeio de benefícios sociais e investimentos em 2023 não significaria uma “licença para gastar”, mas sim uma forma ordenada de se reorganizar as contas do governo, mantendo o compromisso com a responsabilidade fiscal.

— Henrique Meirelles (@meirelles) October 26, 2022

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“Passou três anos xingando a gente, que a gente estava furando o teto. Aí, acabou de declarar hoje que vai ter de furar o teto. Que coisa, hein, fura-teto. Bem-vindo, fura-teto”, afirmou Guedes em reação à publicação.

Em um outro evento realizado ontem, o atual ministro ainda debochou de seu antecessor. “Ele fez um teto, passou anos falando ‘oh, porque estão furando meu teto’ [imitando a pronúncia do ex-ministro]. Ele fala empolado, né?”. E ainda disse que Meirelles nem é economista.

Em entrevista para a Folha de S. Paulo, Meirelles voltou a negar que volta para o ministério em uma eventual vitória de Lula e ainda disse que Guedes está desesperado.

“Guedes disse várias coisas, entre outras, que Lula ia acabar com o FGTS e com o Simples, é tudo sinal de desespero”, afirmou.

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