Economia

Guedes vê reformas avançando após eleição de 2022

16 maio 2021, 12:59 - atualizado em 16 maio 2021, 12:59
Paulo Guedes
“Bolsonaro já apoiou 98% da agenda liberal e agora está apoiando 65% dela”, disse Guedes (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O comandante da equipe econômica faz uma avaliação franca de seu relacionamento de dois anos e meio com o presidente Jair Bolsonaro: os dois confiam um no outro e continuam a trabalhar por reformas estruturais importantes, mas o apoio do presidente à agenda pró-mercado diminuiu.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse à Bloomberg News na quinta-feira que propostas para reformar o sistema tributário do país e reduzir gastos com funcionalismo serão aprovadas este ano, bem como projetos que permitem o avanço de mais privatizações. Mais à frente, quem quer que seja eleito não terá alternativa a não ser seguir no caminho das reformas para que a economia continue crescendo, disse ele.

Os desafios, no entanto, são abundantes, considerando que há uma CPI que investiga como o governo está lidando com a pandemia e consome a energia do Legislativo. Além disso, em poucos meses, a atenção dos parlamentares se voltará para a eleição presidencial do próximo ano, enquanto Bolsonaro está cada vez mais forçado a ceder às demandas dos partidos de centrão em troca de apoio no Congresso.

“Bolsonaro já apoiou 98% da agenda liberal e agora está apoiando 65% dela”, disse Guedes durante entrevista em seu gabinete em Brasília. “Pretendo ajudá-lo a cumprir esse compromisso. Enquanto isso estiver funcionando, está tudo certo.”

O próprio Guedes encara 2022 com uma atitude liberal. Depois de se unir à campanha presidencial de Bolsonaro em 2018 com uma agenda pró-mercado inspirada na escola da Chicago, ele brinca sobre apoiar um candidato que apoiasse totalmente suas propostas. “Apareceu aí o Reagan brasileiro ou a Tatcher brasileira que falou que vai privatizar tudo… Eu vou falar, posso ajudar ele, presidente?”

Real fortalecido

Guedes, 71, aposta que o real se fortalecerá à medida que privatizações, investimentos e reformas estruturais transformarem a recuperação cíclica do Brasil em uma recuperação sustentada.

Enquanto a MP que abre caminho para a venda da  Eletrobras (ELET3) (ELET6) deve ser votada no Congresso na semana que vem, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que vai detalhar a tramitação da reforma tributária nos próximos dias.

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