Guedes diz que enquanto tiver a confiança de Bolsonaro, não deixará o cargo
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que enquanto tiver a confiança do presidente Jair Bolsonaro, não deixará o cargo, dizendo que tem a confiança tanto do presidente quanto do Congresso.
“Se ele (Bolsonaro) confia no meu trabalho e eu conseguir executar meu trabalho, tudo bem. Se ele não confiar, eu sou demissível em 30 segundos”, disse Guedes em entrevista ao podcast Primocast, de Thiago Nigro, criador de O Primo Rico, canal sobre investimentos, finanças e empreendedorismo. A entrevista foi veiculada na manhã desta terça-feira.
“A ofensa não me tira daqui. O medo, o combate, o vento, a chuva, isso não me tira daqui de jeito nenhum. O que me tira daqui é um, a perda da confiança do presidente, dois, ir para o caminho errado. Se eu tiver que empurrar o Brasil para o caminho errado, eu prefiro não empurrar, prefiro sair”, completou ele.
Guedes reconheceu que tem havido dificuldades em avançar com alguns projetos, destacadamente as privatizações, que ele defendeu “pelo esgotamento do modelo antigo”, afirmando que o “Estado empresário faliu, quebrou”.
“As privatizações estão bastante atrasadas, a reforma tributária nossa também se atrasou. A abertura da economia a gente conseguiu ir bem, mas depois chegou a Covid e travou. Mas vamos abrir de novo”, disse ele.
Petrobras
Guedes indicou, sem dar detalhes, que o governo avalia a ideia de um programa de transferência de renda ligado aos dividendos da Petrobras (PETR4).
“O petróleo é nosso? Então dá para a gente. Vamos pegar os dividendos da Petrobras e vamos entregar uma parte para o povo brasileiro”, disse.
“Temos uma ideia de fazer algo parecido um pouco à frente. Vamos fazer um ataque maciço. Vamos fazer programa de transferência de riqueza na veia.”
O ministro ainda estimou que o Produto Interno Bruto do ano passado contraiu um pouco menos de 4%. O IBGE divulgará o resultado do PIB do quarto trimestre e de 2020 na quarta-feira.
“O Brasil vai cair um pouquinho menos de 4%. O Brasil estava começando a decolar, a Covid nos derrubou, (mas) já estamos começando a levantar de novo. E se fizermos as coisas certas…”
“O mais importante que temos que fazer agora é vacinação em massa. Quando todo mundo estiver imunizado, a volta ao trabalho é bem mais tranquila”, completou.
(Atualizada às 11h47)