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Guedes defende que governo use ações da Petrobras para distribuir recursos a vulneráveis

14 out 2021, 8:03 - atualizado em 14 out 2021, 8:03
Paulo Guedes
O governo poderia manter o controle da estatal por meio de uma golden share, mas a mudança geraria um valor adicional de 100 bilhões a 150 bilhões de reais para a empresa, disse Guedes (Imagem: Flickr/ Edu Andrrade/Ascom/ME)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu que o governo possa vender ações da Petrobras (PETR4) em momento de valorização dos papéis para distribuir parte dos ganhos à população mais vulnerável.

“Quando o preço do combustível sobe, os mais frágeis estão com dificuldades. E que tal se eu vender um pouco das ações da Petrobras e der para eles esses recursos?”, disse o ministro em entrevista coletiva em Washington na noite de quarta-feira, acrescentando que não faz sentido o país ficar mais rico e os brasileiros, mais pobres.

Guedes disse ser favorável à privatização de todas as estatais, mas que, no caso da Petrobras, uma alternativa pode ser levar a empresa ao Novo Mercado, segmento com níveis mais exigentes de governança em que as empresas só podem emitir ações ordinárias (com direito a voto).

O governo poderia manter o controle da estatal por meio de uma golden share, mas a mudança geraria um valor adicional de 100 bilhões a 150 bilhões de reais para a empresa, disse Guedes.

“E pode subir mais ainda se eu falar que eu vou privatizar, abrir mão do controle”, afirmou, defendendo que a Petrobras seja transformada em uma “corporation” em modelo semelhante ao aprovado para a Eletrobras (ELET3ELET5ELET6).

Guedes, que está em Washington para a reunião anual do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, disse que, em reunião com o secretário-geral da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) na quarta, reforçou pedido de apoio para a adesão do Brasil à entidade.

Segundo o ministro, o Brasil já satisfez 100 quesitos de um total de 247 exigidos pela OCDE de seus membros e já apresentou pedido para o reconhecimento de outros 60, o que deixaria o país “na frente de praticamente todos os candidatos”.