Economia

Guedes: comitê do FMI fez diagnóstico que crise é mais profunda e vai durar mais

14 out 2022, 20:50 - atualizado em 14 out 2022, 21:05
Paulo Guedes
Além disso, a constatação de que o fiscal tem de ajudar o monetário, do contrário, “o juro vai embora”, segundo o ministro (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês) fez um diagnóstico de que a crise atual será mais profunda e vai durar mais.

O clima, segundo ele, foi de desalento e as principais preocupações são a guerra na Ucrânia, a necessidade de se combater a inflação, protegendo os mais pobres, e os riscos à estabilidade financeira.

“A reunião do comitê do FMI foi muito pessimista, cética. O clima foi de desalento, guerra é a maior preocupação… Fizeram um ataque e mostraram desalento à guerra da Rússia“, disse Guedes, em coletiva de imprensa, no início da noite desta sexta-feira, na Embaixada do Brasil, em Washington. “A segunda maior preocupação é combater inflação de frente e quem sofre são os mais pobres”, acrescentou.

Ao comentar sobre as falas de outros participantes no Comitê do FMI, Guedes disse que os países mais frágeis se lamentaram e os mais avançados reconheceram os ajustes que têm de fazer em termos de subida de juros para controlar a inflação.

Além disso, a constatação de que o fiscal tem de ajudar o monetário, do contrário, “o juro vai embora”, segundo o ministro.

“Um deles pediu para que tivéssemos coração e a (Christine) Lagarde (presidente do BCE) disse que os presidentes dos bancos centrais não têm coração”, afirmou Guedes. Já o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, disse, que vai continuar subindo os juros e não sabe até quando, conforme ele.

“Mas se você evita o que tem de ser feito em economia, o custo é muito maior”, alertou Guedes.

Sobre o Brasil, o ministro reafirmou que o País vai no contramão, com as projeções de crescimento sendo revisadas para cima. “Tudo o que os avançados têm de fazer ainda, o Brasil já fez. Nossa moeda valorizou 8% esse ano, ao contrário de outras que podem desvalorizar com ajustes. Já fomos ao fundo do poço e estamos voltando. Os avançados ainda estão indo”, destacou Guedes.

“Acabou a complacência no exterior. A ficha caiu que situação é grave”, concluiu Guedes.

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