Grupos agrícolas dos EUA pedem criação de autoridade para novos acordos comerciais
Mais de 50 grupos agrícolas e de alimentos norte-americanos pediram nesta quinta-feira que o Congresso aprove uma nova legislação que permita aos Estados Unidos negociar mais acordos de livre comércio, argumentando que sem eles a agricultura do país ficará para trás dos concorrentes globais.
Os grupos, representando uma ampla variedade de exportações agrícolas dos EUA, de milho a laticínios, carne, produtos frescos e outros, disseram que os esforços do governo do presidente Joe Biden para abrir novos mercados de exportação agrícola foram insuficientes para superar a crescente rede de acordos de livre comércio firmados pela União Europeia, China e outros países.
“Infelizmente, os Estados Unidos estão ficando muito para trás. Entre 2010 e 2020, a China e a União Europeia desfrutaram de mais do dobro da vantagem de reduções de tarifas de acordos comerciais do que os EUA”, disseram os grupos.
Eles ressaltaram que já se passou mais de uma década desde que foi assinado um novo acordo de livre comércio que abre mercados para produtos agrícolas e alimentícios dos EUA.
Os grupos citaram uma previsão recente do Departamento de Agricultura (USDA) de que os EUA estão prestes a se tornar um importador líquido de alimentos em 2023, com um déficit comercial de alimentos esperado de 14,5 bilhões de dólares.
“Este deve ser um alerta sobre o declínio da influência econômica da América no mundo devido ao nosso fracasso em promover novos acordos comerciais de redução de tarifas”, escreveram eles, pedindo aos parlamentares que aprovassem legislação para a nova Autoridade de Promoção Comercial (TPA, na sigla em inglês).
A TPA, ou autoridade de negociação “rápida”, estabelece prioridades para acordos comerciais e permite que o escritório do representante comercial dos EUA os negocie e execute com apenas um voto favorável ou negativo do Congresso.
A TPA foi utilizada pela última vez para renegociar um novo acordo comercial norte-americano implementado em 2020, mas a autoridade expirou em julho de 2021.