Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): Entenda o salto de quase 20% das ações na semana

A ação do Grupo Pão de Açúcar (GPA – PCAR3) viveu altas emoções nesta semana. O último pregão marcou uma disparada de mais de 10% dos papéis, conforme investidores pesavam movimentos envolvendo a empresa colombiana Éxito e o controlador Casino.

Considerando o desempenho acumulado na semana, o GPA disparou pouco mais de 18% na Bolsa. A ação perdeu apenas para o IRB (IRBR3), que avançou 20,23% no período.

Oferta por Éxito

O mercado tem pesado a ideia de o GPA se desfazer da participação que tem no Éxito, o que, segundo a XP Investimentos, poderia acelerar o desinvestimento do Casino nas operações da companhia no Brasil.

A venda de participação no Éxito voltou à tona no noticiário após o magnata Jaime Gilinski entrar com uma oferta para comprar a posição acionária do GPA na empresa.

Gilinski ofereceu US$ 836 milhões, que seriam pagos em dinheiro. A XP chegou a avaliar que o valor da proposta estava acima das projeções da corretora para o ativo, mas abaixo do valor de mercado atual e do valuation implícito que é esperado pelo GPA em seu plano de desinvestimentos.

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No fim, o GPA acabou rejeitando a oferta do magnata. O grupo se justificou em documento enviado ao mercado que o preço não condiz com “parâmetros adequados de razoabilidade financeira para uma transação desta natureza e, portanto, não atende o melhor interesse do GPA e de seus acionistas”.

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A varejista brasileira do setor alimentício citou ainda o processo de segregação dos negócios do GPA e do Éxito, que segue em evolução, sob aprovação regulatória.

Na avaliação da Genial Investimentos, a venda direta, além de acelerar a saída do Casino, seria menos burocrática do que a cisão em curso.

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Ofertas por Casino

Além do Éxito, o mercado está de olho em movimentações envolvendo o controlador do GPA no Brasil.

O Casino recebeu propostas para fortalecer sua base de capital após alertas sobre risco de o grupo entrar em situação de inadimplência. Uma delas veio de EP Global Commerce e Fimalac, enquanto a outra veio da 3F Holding, informou o grupo francês.

O comunicado da semana fez com que as ações disparassem, levando junto os papéis do GPA.

O Casino vem enfrentando um nível de endividamento elevado. O problema levou a novas negociações com credores e venda de uma nova fatia no Assaí (ASAI3) via oferta de ações de aproximadamente R$ 4 bilhões.

O grupo francês sinalizou recentemente tentativas para levantar ao menos 900 milhões de euros para cumprir suas metas de médio prazo.

Além de Éxito e Casino, a votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados (aprovada em dois turnos, encaminhada agora ao Senado) ajudou a dar uma força às ações. Isso porque o relator da proposta, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), fez mudanças no texto original, incluindo zerar alíquotas para alguns itens básicos.

Apesar das expectativas que têm dado suporte às ações do GPA, a XP e a Genial estão com recomendação “neutra” para o nome. A XP enxerga espaço limitado para uma reavaliação dos níveis atuais.