Grupo Mateus (GMAT3) ou Assaí (ASAI3)? Veja a ação que pode saltar 124% até dezembro
Depois de um quarto trimestre preocupante, o Grupo Mateus (GMAT3) voltou a encher os olhos de analistas, entregando números que foram classificados como surpreendentes.
O mercado respondeu à altura. Por volta das 14h42, o papel disparava 7,4%, a R$ 4,64. Segundo o Bradesco BBI, os resultados vieram melhores do que o esperado.
“A estratégia da empresa de conter os aumentos de preços parece estar funcionando, pois eles apresentaram o maior crescimento do SSS (vendas em mesmas lojas) em nossa cobertura de varejo de alimento”, coloca. Acima, inclusive, do Assaí (ASAI3), que também divulgou seus resultados da noite de ontem.
Para os analistas Gustavo Schroden, Maria Clara Negrão, Richard Cathcart e Flávia Meireles, considerando o ambiente desafiador em que a Mateus está operando, a pressão sobre a margem bruta continuará, mas a empresa fez um bom trabalho para compensar este declínio da margem bruta com as despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) mais eficientes.
Na avaliação do Itaú BBA, a empresa entregou resultados ligeiramente positivos no primeiro trimestre, com os números da receita superando as estimativas em 6%, impulsionado principalmente pelo SSS acima do esperado de 12,7%.
Porém, a corretora lembra que a lucratividade foi impactada por fatores macroeconômicos e pela aceleração do plano de expansão, “embora as despesas com vendas tenham sido parcialmente diluídas”.
Segundo o BB Investimentos, outro ponto positivo foi a maior diluição das despesas com vendas e administrativas sobre receita líquida, apesar de não ter sido suficiente para compensar a perda de margem bruta, mas que refletiu a estratégia do Grupo em preservar o fluxo de clientes em lojas.
Já a Ativa Investimentos afirma que a expansão de receita do Grupo Mateus foi mais forte do que o esperado e a perda de rentabilidade foi inferior às estimativas.
“O Grupo entregou um sólido crescimento de receita, com SSS acima de seus concorrentes no varejo e atacarejo – crescendo inclusive no segmento Eletro, em que esperávamos uma performance ainda negativa”, coloca.
O que fazer com papel do Grupo Mateus?
O BBI recomenda comprar a ação afirmando que a empresa possui resiliência de curto prazo e potencial de crescimento de longo prazo.
“Após a recente pressão sobre o preço dos papéis, as ações estão sendo negociadas com um múltiplo preço sobre lucro (P/L) atraente em cerca de 8 vezes para 2023”, argumenta.
A corretora elevou o preço-alvo de R$ 9 para R$ 10, potencial de alta de 124% em relação ao último fechamento.
Já a Ativa coloca que a redução dos níveis de estoques será importante para conter a queima de caixa nos próximos trimestres, em conjunto com as iniciativas de negociação com fornecedores.
A corretora tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 7,40.
Sem catalizadores
Apesar disso, o BB Investimentos e o Itaú BBA tem visão mais pessimista com o Grupo Mateus. Mesmo afirmando que a ação está barata, eles dizem que faltam catalizadores para impulsionar o preço do papel.
“No momento, dada a dinâmica de elevação das perspectivas inflacionárias e maior aperto monetário, não vislumbramos espaço para destravar o potencial de valor frente ao nosso preço alvo, razão pela qual mantemos a recomendação em neutra”, argumenta o BB.
O BBA diz que apesar do atraente 9,1x P/E (preço sobre o lucro) de 2022, “não vemos gatilhos claros para a ação”.
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