Grupo GPS (GGPS3): Como as mais de 40 aquisições vão turbinar os negócios? Veja o que diz a diretora de RI
Desde seu IPO (oferta pública inicial) em abril de 2021, o Grupo GPS (GGPS3), empresa brasileira que atua no setor de serviços e terceirização, vem investindo cada vez mais em aquisições.
Só em 2022, o grupo foi às compras seis vezes, somando 12 novas empresas a seu ecossistema desde sua entrada na Bolsa de Valores, e em quatro meses já superou mais da metade da programação de M&A (fusões & aquisições) para o ano.
Neste ano, a GPS já trouxe para o grupo empresas de diferentes áreas de atuação, como Evertical, Motus, Comau, Sulzer, Ormec e Force, e atingiu R$ 1,2 bilhão em aquisições. Desde 2018, a companhia já realizou 42 M&A.
Em entrevista ao Money Times, Marita Bernhoeft, diretora de governança e relações com investidores da GPS, afirmou que o grupo investe em aquisições em busca de crescimento inorgânico.
“A estratégia é fazer novas aquisições para gerar crescimento na base de clientes. Isso porque o mercado que a GPS atua é muito fragmentado, com mais 15 mil CNPJs“, afirma.
A diretora de RI ainda explica que a estratégia tem como objetivo trazer crescimento sustentável para a companhia ao longo dos anos.
Consolidação e integração
Bernhoeft explica que o foco de tantas aquisições é acelerar a consolidação da GPS — que atua em logística interna, manutenção e serviços industriais, facilities e segurança — como líder deste setor.
A diretora afirma que a área de serviços e terceirização é extremamente fragmentada e regionalizada e, por meio de novas aquisições, a companhia consegue acelerar seu crescimento, ampliando a presença em regiões distintas.
“O objetivo final da GPS é trazer a base de clientes das empresas adquiridas para o grupo, a fim de ampliar o share of wallet (“parcela da carteira” na tradução livre), vender outros serviços para aqueles clientes e acelerar o crescimento inorgânico”, diz Bernhoeft.
A diretora ainda ressalta que o grupo foca esforços na integração e captação de sinergias das empresas adquiridas. “A GPS não compra, ela integra”, reforça.
“As empresas são bem integradas. Assim que concluída a aquisição, o grupo já começa a integração de sistemas, onde os processos começam a ser operados pelos sistemas do grupo GPS. Em paralelo, trabalha-se na relação com clientes e dos times operacionais, e, por fim, na integração cultural de toda a equipe”.
Projeções para 2022
Bernhoeft afirma que a GPS tem um pipeline robusto de empresas em avaliação para aquisição este ano, o qual vem crescendo desde o IPO. “Temos uma perspectiva bem positiva em relação à linha de crescimento por M&A”, completa.
A diretora diz que a companhia está de olho em companhias médias de diferentes setores. “Como temos uma grande diversidade de serviços, atuando em quatro linhas de produção, temos várias oportunidades em regiões distintas. Por isso, existe uma possibilidade maior de encontrar companhias-alvo para aquisição.”
O foco da GPS para 2022 continua semelhante ao já entregue, mirando em um crescimento de cerca de 30% na receita, para ter capacidade de integração. “Assim como já tem sido feito desde 2008”, afirma Bernhoeft.
“O futuro repete o passado, independente do cenário macro. Nosso foco é ser uma empresa de crescimento sustentável ao longo dos anos”, diz.
A estratégia do Grupo GPS é positiva?
Na avaliação da Ágora Investimentos, a estratégia de aquisições do grupo é positiva. Em janeiro de 2022, a Ágora estimava que a GPS entregasse R$ 1,6 bilhão em receitas provenientes de aquisições neste ano.
O BTG Pactual já estima que as M&A esperadas devem acrescentar R$ 2,4 bilhões à receita do Grupo GPS.
No ano passado, a companhia superou sua meta de aquisições. A empresa havia prometido incorporar negócios que lhe dessem uma receita adicional de R$ 1,6 bilhão. No fim das contas, acabou atingindo a marca de R$ 1,8 bilhão.
Pelas contas do BTG, a GPS deve ter lucro líquido de R$ 479 milhões em 2022, expansão de cerca de 20% em relação ao lucro de 2021. Em 2021, o grupo totalizou lucro líquido ajustado de R$ 397 milhões.