Grupo de commodities Amaggi prepara primeira emissão de título em dólares
A empresa de commodities agrícolas brasileira Amaggi acessará o mercado internacional de títulos pela primeira vez ainda nesta quinta-feira.
A empresa de análises Lucror Analytics disse em relatório na véspera que a Amaggi poderia levantar 500 milhões de dólares com uma operagro tiação com títulos no exterior, com a qual substituiria dívidas de curto prazo e financiaria o crescimento da companhia no Brasil, maior produtor e exportador de soja do mundo.
A Lucror disse que a dívida a ser emitida envolverá títulos atrelados a sustentabilidade, o que tornaria a oferta parte de um recente “boom” de títulos verdes.
A empresa, de propriedade da família do ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi e sediada em Mato Grosso, foi a quinta maior exportadora de soja e produtos de soja do Brasil em 2020, de acordo com dados de embarque.
“A Amaggi tem um compromisso com a sustentabilidade ambiental e práticas sociais adequadas, embora ainda tenhamos preocupações com suas atividades de desmatamento apontadas por algumas ONGs e questões relacionadas à ferrovia que está sendo construída através da Amazônia, da qual a Amaggi faz parte do consórcio”, escreveu Soummo Mukherjee, analista da Lucror.
Um porta-voz da Amaggi, que é uma empresa de capital fechado, disse que a operação será concluída nesta quinta-feira, mas não forneceu detalhes adicionais.
Uma venda de títulos da Amaggi provavelmente teria boa recepção dos investidores “devido à forte demanda por rendimentos, o componente de sustentabilidade desse título e os fortes resultados esperados para o quarto trimestre”, disse Mukherjee.
As empresas brasileiras de açúcar e carne vêm explorando os mercados de títulos há anos, mas as empresas de grãos sediadas no país raramente o fazem.
O título pode ter rendimento na casa de 5%, dependendo de seu vencimento, disse a Lucror.
A Amaggi produz grãos em quase 170.000 hectares de terras aráveis e possui instalações de logística em importantes Estados produtores de grãos importantes. O grupo também opera cinco pequenas centrais hidrelétricas, segundo a Lucros.