Mercados

Gringos voltam a retirar capital da B3 em agosto; número chega a R$ 8,4 bilhões

17 ago 2023, 9:50 - atualizado em 17 ago 2023, 9:50
B3-Bolsa brasileira ibovespa
Apesar da tímida entrada no dia anterior, as retiradas voltaram a assombrar o mês de agosto. (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

Apesar da tímida entrada de capital estrangeiro no dia 14 de agosto, os investidores voltam a retirar dinheiro da bolsa, a B3. No último dado divulgado, em 15 de agosto, a retirada foi de R$ 1,1 bilhão.

No acumulado do mês, os números já somam R$ 8,4 bilhões, o que já anula todos os ingressos de julho e superam os R$ 4,28 bilhões de retirados em maio, que era até então o mês de maior saldo negativo no ano.

Entretanto, alguns analistas do mercado não vêm o mês negativo como algo preocupante, já que agosto é naturalmente conhecido pelos baixos números e preveem uma leve melhora até o final do ano. O saldo de entradas ainda é positivo e somam R$ 15,6 bilhões.

As retiradas dos gringos na B3 acontecem após a finalização do primeiro semestre do ano, com pautas políticas em discussões, como a reforma tributária e o arcabouço fiscal, assuntos relevantes para o país. Os recentes ruídos políticos entre os três poderes impactam os investidores, segundo os analistas. Para os próximos meses do ano, com a efetivação destas pautas econômicas, a confiança pode retornar.

Apesar dos ruídos econômicos no país, os resultados negativos são impactados fortemente pelo cenário internacional. Enquanto a China tenta uma retomada no crescimento econômico do país, reduzindo a taxa de empréstimo e a de juros, as constantes baixas no setor de commodities acabam impactando países emergentes como o Brasil.

Em entrevista ao Broadcast, João Piccioni, head de análise da Empiricus Research, afirma que existe um fator técnico que contribui para o escoamento do capital externo na Bolsa brasileira que é o aumento das emissões de títulos por parte do Tesouro dos Estados Unidos.

“Para ajudar a fechar as contas, o Tesouro anunciou a ampliação da emissão de dívida para arrecadar fundos de investidores privados. A nova emissão representa um aumento de US$ 7 bilhões, em comparação ao total de emissão de US$ 96 bilhões dos mesmos títulos anunciados em maio”.

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