Gringos na B3: Investidores estrangeiros tiram mais de R$ 32 bilhões da bolsa este ano; como fica 2025?
O ano de 2024 foi marca pela fuga de investidores estrangeiros da bolsa brasileira. Segunda dados da B3, até dia 16 de dezembro, a debandada já resultou em mais de R$ 32 milhões em retiradas.
Os únicos meses com saldo positivo foram julho e agosto com R$ 7,34 bilhões e R$ 10,01 bilhões, respectivamente.
Entre os motivos que estão afastando os gringos da bolsa brasileira, os que mais pesam são a piora no cenário fiscal do governo e mudanças na curva de juros dos Estados Unidos.
No primeiro caso, a equipe econômica e o Congresso correm contra o tempo para aprovar o pacote de corte de gastos antes do início do recesso parlamentar, em 21 de dezembro.
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Já do lado dos Estados Unidos, as expectativas eram de que o afrouxamento monetário por parte do Federal Reserve teria início ainda no primeiro trimestre de 2024 — algo que só foi se concretizar no mês de setembro.
O que vem pressionando a autoridade monetária é a inflação ainda resistente — em novembro, os preços ao consumidor (CPI) tiveram o maior aumento em sete meses — e a volta de Donald Trump à Casa Branca, que promete mudar a dinâmica dos mercados e taxas envolvendo os EUA.
Investimentos de estrangeiros deve continuar baixo em 2025
Segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), os investidores estrangeiros devem reduzir em quase 25% o dinheiro que enviam para mercados emergentes em 2025.
Está no radar do mercado as políticas do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que visam tarifas maiores para produtos importados, além de um dólar mais forte e cortes mais lentos do que o esperado na taxa de juros pelo Federal Reserve.
O IIF projeta que o crescimento global será moderado para 2,7% em 2025, ante 2,9% este ano, enquanto os mercados emergentes deverão crescer 3,8%. Já os fluxos de capital para os mercados emergentes devem cair para US$ 716 bilhões, em comparação com os US$ 944 bilhões deste ano, afetados principalmente por fluxos mais fracos para a China.
No entanto, o IIF destaca que seu cenário base pressupõe apenas a implementação seletiva de tarifas. Se as tarifas de 60% ameaçadas por Trump sobre a China e de 10% para o resto do mundo entrarem em vigor, o cenário se agravará.
“Uma implementação mais forte e rápida das tarifas pelos Estados Unidos pode exacerbar os riscos, ampliando os distúrbios no comércio global e nas cadeias de suprimentos, colocando pressão adicional sobre os fluxos de capital dos mercados emergentes”, disse.
*Com informações da Reuters