Gringos já apostam em troca da renda fixa por ações no Brasil, aponta Bank of America
Os investidores estrangeiros já preveem que o mercado está prestes a girar a carteira, migrando o maior peso atual na renda fixa para o investimento em ações. Ao menos, é essa a leitura que fazem estrategistas do Bank of America.
Por exemplo, o banco entende que com o ciclo de queda da taxa Selic, o montante de R$ 11,4 trilhões aplicados em produtos de renda fixa pode engrossar o saldo de R$ 2,4 trilhões de “free float” em ações.
Conforme o banco estrangeiro, o ímpeto de retirada dos investidores em fundos multimercados já mostra desaceleração no mês passado. Afinal, no acumulado do ano, o Ibovespa (IBOV) já andou mais 10%.
Analistas destacam também que a alocação em ações entre os fundos locais subiu para 9,6% em junho. A mínima recente foi em abril, quando totalizava 8,7%.
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Renda fixa ainda vale a pena?
Os estrategistas do banco Andrea Soto e David Beker, que assinam o relatório, avaliam que o fluxo para renda fixa ainda continua firme. Fundos de renda fixa tiveram fluxo positivo de R$ 12,6 bilhões em julho, o primeiro desde fevereiro de 2023.
Ou seja, mesmo com o mercado precificando uma Selic a 9% no final de 2024, o investidor segue com apetite por:
- títulos públicos no Tesouro Direto;
- papéis isentos de IR no crédito privado; e
- investimentos ligados à reserva de emergência.
Afinal, títulos bancários isentos de IR, como LCAs e LCIs, podem render mais 11% ao ano nos próximos 12 meses, conforme o planejador financeiro Rafael Haddad, do C6 Bank.
Portanto, um investimento inicial de R$ 50 mil aplicados em uma LCA ou LCI a 97% do CDI rende líquido na conta do investidor R$ 55.567,80 após um ano.