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Gringo tem uma ‘memória muscular’ de ter ganhado muito dinheiro com Lula, diz gestor

21 out 2022, 11:55 - atualizado em 21 out 2022, 11:55

O investidor internacional tem menos receios de um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do que a continuidade do governo de Jair Bolsonaro (PL), afirmou o gestor Thiago Melzer, cofundador e CIO da Upon Global Capital, no 17º episódio do podcast Market Makers.

“O gringo tem uma memória muscular muito grande de ter ganhado dinheiro com o Lula. Eles se sentem tranquilos de investir no Brasil. O gringo tem menos temor do Lula do que na continuidade do Bolsonaro. Ao contrário da média do mercado financeiro local”, explica.

A visão se junta a de outros gestores da Faria Lima. Fabio Kanczuk, da ASA Investments e ex-diretor do Banco Central, afirmou que o estrangeiro tende a preferir Lula, enquanto o doméstico prefere Bolsonaro.

Segundo ele, em entrevista à Bloomberg, as pautas ESG e da Amazônia de um eventual governo petista agradariam o investidor internacional, enquanto o atual presidente teria mais apoio no setor privado local pela política de redução do Estado.

Até 20 de agosto, o estrangeiro aportou R$ 70,19 bilhões na Bolsa brasileira em 2022, segundo dados da B3.

“Partindo do princípio de que eles (estrangeiros) estão colocando dinheiro aqui, isso já indica que eles não estão com receio do Lula”, afirmou um gestor que conversou com o Money Times e pediu para não se identificar. “Não acredito nessas teorias de conspiração [de que o ex-presidente faria um governo de extrema esquerda]”.

Melzer ainda vê com bons olhos o Brasil, seja com Lula ou Bolsonaro.

“A parte de eleição, parece que ou você ganha pouco, ou ganha bastante. Depois de o primeiro turno com esse Congresso, a chance do Lula fazer algo muito radical na economia diminui”, coloca.

Veja o episódio na íntegra:

China vai reabrir?

Outro tema em destaque no episódio foi a China. Importante parceiro comercial do Brasil, os gestores avaliam não haver esperanças de reabertura da China no curto prazo.

Apesar disso, Andrew Reider, CIO e portfolio manager na WHG, que também participou do programa, diz que o mercado observa qualquer sinal de que as coisas estão mudando, como no Congresso do Partido Comunista Chinês com as pessoas sem máscara.

“Algum dia a China vai reabrir e as implicações para o mundo são grandes. O sentimento no local está muito negativo. Ou eles começam a dar sinais de reabertura para aliviar a Covid ou pode ter uma crise”, completa.

Veja o episódio na íntegra:

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