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Greves e falta de mão de obra geram caos em aeroportos europeus

10 jun 2022, 9:42 - atualizado em 10 jun 2022, 9:42
Lufthansa
A Lufthansa vai cancelar cerca de 900 voos em julho, ou 5% de sua capacidade típica de fim de semana (Imagem: Pixabay/ASSY)

O tão esperado boom de viagens pós-lockdowns na Europa rapidamente se transformou em um desastre, com escassez de mão de obra no setor aéreo, conflitos trabalhistas e o cancelamento de centenas de voos antes do pico do verão.

Esta semana, a Deutsche Lufthansa se juntou a outras companhias aéreas que reduziram voos porque não têm funcionários para atender à demanda.

A Lufthansa vai cancelar cerca de 900 voos em julho, ou 5% de sua capacidade típica de fim de semana. A medida segue problemas na Air France-KLM, Ryanair, British Airways e outras que lutam para manter suas operações.

As cenas caóticas que se desenrolam nos aeroportos de vários países, desde Irlanda à Alemanha e Turquia, representam um grande revés para um setor particularmente atingido nos últimos dois anos da pandemia. As companhias aéreas perderam bilhões em receitas e fizeram cortes drásticos de empregos,  e algumas precisaram de resgates orquestrados pelos governos de seu países.

Agora, greves se alastram pelo setor, com líderes corporativos cautelosos em ceder às demandas salariais mais altas, apesar do aumento da inflação.

“Temos que olhar com muita seriedade para o que o verão nos reserva e como vamos lidar com isso”, disse Johan Lundgren, CEO da EasyJet, em uma conferência de aviação em Paris esta semana. “Precisamos nos unir e fazer o melhor que pudermos.”

Os contratempos foram particularmente ruins no Reino Unido, embora grandes centros europeus como Amsterdã, Frankfurt e Paris também tenham sido afetados por atrasos e pelas consequências de greves. Fora da Europa, o aeroporto de Toronto, o mais movimentado do Canadá, tem sofrido tempos de espera crescentes e cancelamentos de voos devido à escassez de mão de obra.

A Air France-KLM foi forçado a cancelar 85 voos em um dia devido a uma greve no aeroporto Paris-Charles de Gaulle, e cerca de três vezes esse número devido a problemas em Schiphol. Turistas irritados presos em longas filas de aeroportos ou incapazes de voltar para casa porque seus voos foram cancelados contrastam com expectativas de que as férias de verão no hemisfério norte seriam uma chance de colher os benefícios da demanda crescente por viagens.

Alguns dos piores gargalos ocorreram durante as comemorações do jubileu de platina da Rainha Elizabeth II na semana passada. A Ryanair pediu ajuda a militares britânicos para lidar com o tumulto. O aeroporto de Gatwick nos arredores de Londres e o de Manchester foram os mais atingidos pelos cancelamentos.