Greve dos caminhoneiros: qual será o impacto para as varejistas?
A greve dos caminhoneiros começou na última terça-feira (7), quando os manifestantes passaram a paralisar as entregas com o intuito de pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, a alta do preço dos combustíveis também entrou na pauta dos grevistas.
Segundo a agência Reuters, o presidente, Jair Bolsonaro, enviou na quarta-feira um áudio pedindo para que os caminhoneiros terminassem com as reinvindicações.
Todavia, a greve ainda continuou, porém praticamente esvaziada, com paralisação em apenas três estados nesta sexta-feira (10). Mas afinal, qual será o impacto dessa greve nas empresas do varejo?
Para responder essa pergunta, o Money Times teve acesso ao relatório divulgado pela XP Investimentos nesta última quinta-feira (09).
Os analistas comentaram que o setor não deve sentir muito, tendo em vista que a paralização de 2018 foi maior e não pesou fortemente sobre as companhias.
“De acordo com as empresas, o principal impacto da greve dos caminhoneiros de 2018 foi no fluxo de clientes em loja, que foi menor devido às restrições de circulação frente à falta de combustível”, disseram Daniella Eiger, Gustavo Senaday e Thiago Suedt ao assinarem o relatório da XP.
Para os especialistas, mesmo com esse problema, os resultados financeiros daquele período foram sólidos com o bom crescimento das receitas e margens.
Todavia, o principal problema das empresas seria a incerteza macroeconômica causada pela paralização, que faria a confiança do consumidor cair, acarretando em um recuo nas vendas das companhias.
“Além disso, a última greve de caminhoneiros na realidade acabou levando a uma maior inflação e menor PIB devido às disrupções de oferta, o que por sua vez pode restringir a renda disponível dos consumidores”, explicaram Eiger, Senaday e Suedt.
Onde investir?
Em meio as incertezas causadas pela greve, a corretora reiterou suas preferências por empresas com sólido posicionamento, forte histórico de execução e com fundamentos específicos bem estruturados.
Os analistas enxergaram o atacarejo como uma combinação de uma proteção contra a inflação, resiliência e boas perspectivas de crescimento. No segmento, Eiger, Senaday e Suedt recomendaram comprar as ações do Assaí (ASAI3).
“Em relação ao consumo discricionário, nós preferimos exposição para companhias focadas em classes mais altas e com um crescimento orgânico sólido, sendo Arezzo (ARZZ3), Grupo Soma (SOMA3) e Vivara (VIVA3) nossas preferências”, afirmaram os especialistas.
Por fim, eles comentaram que as farmácias são um setor resiliente para se ter enquanto o e-commerce deve continuar a enfrentar maior volatilidade.