Greve dos caminhoneiros: O que é o PPI e porque líder da categoria quer o fim desse sistema
Com o aumento da gasolina e do diesel, os caminhoneiros e os motoristas de Uber ficam cada vez mais preocupados com seus trabalhos.
Na quinta-feira (10), em resposta aos aumentos, o presidente da Associação dos Motoristas por Aplicativos de São Paulo (AMASP), Eduardo Lima, acredita que “o cenário, já repleto de dificuldades, se tornará inviável em meio a um novo aumento”.
Já o sindicalista Wallace Landim, o Chorão, afirmou ao Money Times que “o governo precisa ter coragem de retirar o Preço de Paridade de Importação (PPI)”, adotado na gestão de Michel Temer (MDB), em 2016, para resolver a situação.
Mas, então, o que é o PPI?
O PPI faz com que a Petrobras faça seus cálculos levando em conta a precificação dos combustíveis no mercado internacional.
Na prática, quer dizer que o petróleo nas refinarias tem seu preço definido com base nas cotações internacionais, mais os custos da internação do produto, como taxas portuárias e transporte, e margens de remuneração de riscos.
Segundo a União Nacional da Bionergia (Udop), “o PPI maximiza a rentabilidade da empresa na venda de combustíveis no Brasil, ao mesmo tempo em que permite um mercado competitivo”.
A Udop ainda explica que “num momento de alta do barril do petróleo e da desvalorização do Real perante o dólar, fica, portanto, mais caro comprar os combustíveis no Brasil”.
Gasolina: Descubra qual país cobra mais caro pelo combustível (e não é o Brasil)
Saindo da Petrobras, o combustível passa por uma adição de tributos federais, como a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), partilhada com estados e municípios; o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
Depois disso, quando chegam nas distribuidoras, a gasolina, o etanol e o diesel podem sofrer o acréscimo do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), definido por cada estado no Brasil.
Em São Paulo, por exemplo, alíquota do ICMS pode ser de até 25% para a gasolina, e de 12%+1,3% para óleo diesel.
A alta, então, é repassada para os postos de gasolina, causando uma reação direta no bolso dos brasileiros, de forma proporcional.
Em 2021, com a desvalorização do real em relação ao dólar, a gasolina e o diesel ficaram quase 45% mais caros, enquanto o etanol subiu 60%, segundo a Ticket Log.