Combustíveis

Greve dos caminhoneiros: O que é o PPI e porque líder da categoria quer o fim desse sistema

11 mar 2022, 14:06 - atualizado em 11 mar 2022, 14:07
Imagem mostra bombas de gasolina de diferentes cores enfileiradas.
O que é o PPI e como a precificação impacta o bolso dos brasileiros(Imagem: Shutterstock)

Com o aumento da gasolina e do diesel, os caminhoneiros e os motoristas de Uber ficam cada vez mais preocupados com seus trabalhos.

Na quinta-feira (10), em resposta aos aumentos, o presidente da Associação dos Motoristas por Aplicativos de São Paulo (AMASP), Eduardo Lima, acredita que “o cenário, já repleto de dificuldades, se tornará inviável em meio a um novo aumento”.

Já o sindicalista Wallace Landim, o Chorão, afirmou ao Money Times que “o governo precisa ter coragem de retirar o Preço de Paridade de Importação (PPI)”, adotado na gestão de Michel Temer (MDB), em 2016, para resolver a situação.

Mas, então, o que é o PPI?

O PPI faz com que a Petrobras faça seus cálculos levando em conta a precificação dos combustíveis no mercado internacional.

Na prática, quer dizer que o petróleo nas refinarias tem seu preço definido com base nas cotações internacionais, mais os custos da internação do produto, como taxas portuárias e transporte, e margens de remuneração de riscos.

Segundo a União Nacional da Bionergia (Udop), “o PPI maximiza a rentabilidade da empresa na venda de combustíveis no Brasil, ao mesmo tempo em que permite um mercado competitivo”.

A Udop ainda explica que “num momento de alta do barril do petróleo e da desvalorização do Real perante o dólar, fica, portanto, mais caro comprar os combustíveis no Brasil”.

Gasolina: Descubra qual país cobra mais caro pelo combustível (e não é o Brasil)

Saindo da Petrobras, o combustível passa por uma adição de tributos federais, como a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), partilhada com estados e municípios; o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Depois disso, quando chegam nas distribuidoras, a gasolina, o etanol e o diesel podem sofrer o acréscimo do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), definido por cada estado no Brasil.

Em São Paulo, por exemplo, alíquota do ICMS pode ser de até 25% para a gasolina, e de 12%+1,3% para óleo diesel.

A alta, então, é repassada para os postos de gasolina, causando uma reação direta no bolso dos brasileiros, de forma proporcional.

Em 2021, com a desvalorização do real em relação ao dólar,  a gasolina e o diesel ficaram quase 45% mais caros, enquanto o etanol subiu 60%, segundo a Ticket Log.

 

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