Grendene ainda não espantou fantasma da Covid
Os resultados da Grendene (GRND3) no segundo trimestre ainda mostram os efeitos provocados pela pandemia da Covid, aponta a XP Investimentos.
A empresa reportou lucro de R$ 39 milhões, alta de 1158% ante mesmo período do ano passado.
A alta se deve, principalmente, por conta da base de comparação, já que o segundo trimestre de 2020 foi marcado pela pandemia da Covid.
“A Grendene divulgou resultados fracos e abaixo de nossas expectativas, mostrando redução do volume de pares vendidos e nas margens de rentabilidade (piores margens bruta e Ebitda dos últimos 10 anos), devido à queda no consumo gerada por conta da pandemia e do aumento de custo das matérias-primas que impactaram diretamente o desempenho da companhia no trimestre”, aponta a XP.
Em termos de despesas gerais e administrativas, a Grendene diminuiu o percentual frente à receita líquida, mas não o bastante para compensar as menores vendas do período.
Já o Ebitda, que mede o resultado operacional, reverteu o prejuízo de R$ 63 milhões do ano passado e fechou em R$ 21,8 milhões.
“Com o resultado financeiro impulsionado pelas aplicações em renda variável, o lucro líquido veio em R$ 33,2 milhões, 43,5% abaixo de nossas expectativas e 32,6% abaixo do lucro do mesmo período de 2019”, apontou a corretora.
Apesar das ciras, o mês de junho trouxe um faturamento expressivo (81,5%) devido a reabertura do comércio, “o que traz uma expectativa positiva para os próximos trimestres”.
O diretor de Relações com Investidores da Grendene, Alceu Demartini de Albuquerque, explica que, além de questões sazonais, o segundo trimestre de 2021, principalmente março e abril, foi marcado por uma nova aceleração da pandemia.
“A imposição de medidas mais rigorosas para conter o avanço da doença resultou em um aumento do nível de incerteza acerca da dimensão da crise e da retomada da economia como um todo”, analisa.
Ainda segundo o executivo, maio foi um ponto de inflexão no trimestre.
“Em virtude da aceleração da vacinação, da flexibilização das medidas de restrição à circulação com a reabertura do comércio e do aumento do otimismo, foi constatado um crescimento expressivo do consumo frente aos dois meses anteriores”, pontua.