Grãos: Safra 2022/2023 chega ao fim e atinge novo recorde de 322,8 milhões de toneladas
A safra de grãos da temporada 2022/2023 chegou ao fim e atingiu um novo recorde, totalizando 322,8 milhões de toneladas, de acordo com o 12º levantamento do ciclo atual realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O volume representa um crescimento de 18,4%, o que corresponde a 50,1 milhões de toneladas colhidas a mais sobre a temporada anterior.
O resultado é reflexo de uma maior área plantada, chegando a 78,5 milhões de hectares, assim como de uma melhor produtividade média registrada, saindo de 3.656 kg/hectare para 4.111 kg/hectare.
“Os dados que divulgamos consolidam a estimativa recorde de produção da história brasileira: são 322,8 milhões de toneladas de grãos, o que representa um aumento de 50,1 milhões de toneladas de grãos a mais do que na safra passada”, afirma o presidente da Conab, Edegar Pretto.
“Nos primeiros dados divulgados pela Conab, a previsão de safra era de 312,4 milhões de toneladas, e encerramos o ciclo com 322,8 milhões de toneladas, uma diferença de 3,3% ou pouco mais de 10 milhões de toneladas. Isso mostra o avanço metodológico da Conab, que tem responsabilidade com os dados públicos”, ressalta.
Soja
Nesta temporada, a soja apresentou recuperação de produtividade no Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Já no Rio Grande do Sul, também houve melhora no desempenho das lavouras, mas limitado devido às condições climáticas não favoráveis durante o desenvolvimento da oleaginosa.
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“Nesta temporada, os efeitos do La Niña se concentraram no estado gaúcho, mas ainda assim em menor escala que no ciclo anterior. Já nos demais estados, o clima se mostrou bastante favorável, mesmo com alguns atrasos verificados no período da semeadura e da colheita”, analisa o gerente de Acompanhamento de Safras, Fabiano Vasconcellos.
Diante do cenário favorável, a produção de soja no país na safra 22/23 é de um novo recorde, estimada em 154,6 milhões de toneladas, crescimento de 23,2%.
Milho
Para o milho, também é esperada a maior colheita já registrada na série histórica.
No somatório das três safras do cereal, a produção deverá chegar a 131,9 milhões de toneladas, incremento de 18,7 milhões de toneladas do obtido no ciclo anterior.
Na primeira safra do grão, a produção somou 27,4 milhões de toneladas, enquanto que, para a segunda safra, a previsão aponta para um volume de 102,2 milhões de toneladas.
De acordo com o Progresso de Safra, divulgado nesta semana, cerca de 89% da área semeada já estavam colhidos. Para a terceira safra, a produção estimada é de 2,33 milhões de toneladas.
“Porém, a redução nas precipitações ocorridas em julho e agosto restringiu o potencial produtivo em grande parte das regiões produtoras”, pondera Vasconcellos.
Arroz, feijão e trigo
Importantes produtos para a mesa do brasileiro, o arroz e o feijão apresentam cenários distintos.
No caso dos dois produtos, houve redução de área de plantio devido à concorrência com outras culturas na época mais rentáveis.
No entanto, para o arroz, a melhora da produtividade não foi suficiente para compensar a menor área, resultando em uma queda de produção de 6,9%, chegando a 10 milhões de toneladas.
Já para o feijão, o bom desempenho das lavouras assegura uma colheita total de 3,04 milhões de toneladas, 1,7% acima do resultado da safra anterior.
Dentre as culturas de inverno, foi confirmado o crescimento de 11,8% na área cultivada de trigo no país, situando-se em 3,45 milhões de hectares e uma produção estimada em 10,82 milhões de toneladas, 2,5% acima da obtida na safra anterior.
Exportações
Os bons resultados da safra brasileira colocam o Brasil como o principal exportador de soja e milho na safra 2022/23. Para a oleaginosa, é esperado que o volume exportado chegue a 96,95 milhões de toneladas do grão.
Já para o cereal, a estimativa da companhia aponta para embarques em torno de 50 milhões de toneladas, ultrapassando as exportações norte-americanas. O bom cenário para as vendas ao mercado internacional é verificado também para farelo e óleo de soja, com exportações estimadas em 21,82 milhões de toneladas e 2,6 milhões de toneladas, respectivamente.
Para o algodão, a produção recorde da pluma permite uma recomposição nos estoques finais na ordem de 59%, atingindo 2,1 mil toneladas. As exportações podem atingir 1,7 milhão de toneladas nesta safra.
Em agosto de 2023, foram exportadas 104,3 mil toneladas de algodão, segundo melhor desempenho para o mês na série histórica, superando em 66,1% o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).