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Grandes investidores: Ray Dalio e seus princípios

09 jul 2019, 17:30 - atualizado em 08 jul 2019, 18:28
Ray Dalio tem uma fortuna de US$ 18,4 bilhões e está entre os 58 mais ricos do mundo. Comprou sua primeira ação aos 12 anos (Imagem: Wikimedia commons)

Por Bugg

Quem vos escreve aqui é o Eliseu Mânica Júnior. Desde o início da minha jornada no mundo de investimentos procurei ler, estudar e buscar mais e mais conhecimento.

Hoje, passados 15 anos, sigo aprendendo, mas posso garantir para vocês que o que mais me ajudou nessa caminhada, foi estudar o que os grandes mestres, os grandes nomes, grandes gestores de mercado fizeram e ensinaram.

Por isso resolvi compartilhar com vocês aqui no Bugg, o que aprendi, através dessa série “Grandes Investidores”. Espero que os ajude, assim como esses ensinamentos têm me ajudado a ser um investidor melhor.

Ray Dalio – Biografia

Raymond Dalio, nasceu em 08 de agosto de 1949. Era filho de um músico de jazz e nasceu no Queens, em Nova Yorke. Ele é um gestor de fundos americano e filantropista. Tem uma fortuna de US$ 18,4 bilhões e está entre os 58 mais ricos do mundo. Comprou sua primeira ação aos 12 anos, Northeast Airlines por US$ 300,00, que foi triplicado após a fusão com outra empresa do setor. Formado em finanças, pela Long Island University e tem um MBA da Harvard Business School, em 1973.

Começou a trabalhar na Bolsa de Valores de New York, em mercado futuro de commodities, pela Shearson Hayden Stone. Aos 26 anos, com mais amigos em seu apartamento, fundou a Bridgewater Associates, que é a maior empresa de investimentos do mundo, com mais de US$ 160 bilhões sob tutela.

É autor de alguns excelentes livros, tais como “How the economic machine works: a template for uderstanding what is happening now” e o que eu admiro muito, “Princípios”, que traz mais sobre a cultura de investimentos, baseado na visão de vida de Ray Dalio, análise e prática que ele teve através da Bridgewatter.

Tem alguns vídeos no youtube falando sobre esses princípios, do qual indico para você assistir e que você pode encontrar nesse link: https://www.youtube.com/watch?v=B9XGUpQZY38

Foi considerado uma das 100 pessoas mais influentes do mundo e já doou mais de US$ 768 milhões para a filantropia, possuindo uma fundação com seu nome.

É pratica de meditação transcendental e apoia entidades da área, na Índia, principalmente.

Os princípios de Ray Dalio

Quem olha a riqueza de Ray Dalio, não imagina como foi o início de sua carreira. Após abrir a Bridgewater, aos 33 anos após um investimento mal-sucedido, ele estava praticamente quebrado e teve que pedir um empréstimo de US$ 4 mil do pai dele.

Com 33 anos ele acreditava que o mercado e a economia iriam cair, acreditando que o México não pagaria sua dívida. Ao contrário disso, a economia Americana cresceu e muito, sendo incentivada pelo Banco Central Americano (FED) através de um corte de juros, fazendo com que Dalio perdesse tudo o que investiu para ele e seus clientes. Nesse momento de vida, os clientes acabaram deixando a Bridgewater, assim como os funcionários de Dalio.

São experiências como essas que nos fazem crescer e foi o que fez com que Dalio mudasse todo o seu mindset. Ele comenta que tornou-se mais humilde e que sempre pergunta-se antes de tomar uma decisão, “por que eu acho que sei que isso está correto?”.

Outro fato que Dalio acredita ser importante é procurar pessoas com pensamentos deferentes dos nossos ao invés de refutar tais ideias ou manter-se distante de opiniões contrárias. É através do contraditório que crescemos, avaliamos nossos pensamentos e teorias com a reflexão e verificando se estamos corretos ou não. Ser gestor do mercado financeiro é ter que tomar decisões difíceis, muitas vezes diferentes do que a maioria do mercado pensa e buscando ser assertivo para trazer mais retorno para os investidores que acreditaram no gestor.

Principais pensamentos

Na Bridgewatter, Dalio criou um programa de computador em que avalia todas as opiniões das pessoas nas reuniões. Através do tempo, cada pessoa tem um “escore”, linkando a sua opinião com a da maioria que tomou uma determinada decisão. Além disso, Dalio tenta ser o mais racional possível nas decisões da Bridgewatter. Seguem alguns dos seus pensamentos:

– Dor + reflexão = progresso: pessoalmente, acredito que o ser humano, infelizmente, aprende mais com a dor. Uma minoria aprende com a experiência dos outros. Caso isso ocorresse, gastaríamos menos tempo em nosso progresso e evolução aprendendo com o erro dos outros. Passarmos por momentos menos positivos, com uma reflexão sobre esse momento, é o que nos fará evoluir, seja nos investimentos, seja na vida.

– Dois maiores retornos nos investimentos: crescimento e inflação: o mercado financeiro tenta antecipar o que ocorrerá futuramente com expectativas. Quando o crescimento é menor do que o esperado, o investimento em ações cai. Quando inflação é maior que o esperado, os títulos em renda fixa, caem. Quando inflação é menor que esperada, esses títulos sobem.

– Gastar menos e reduzir débito: vivemos um momento de pós recuperação da crise de 2008. Em alguns países foram feitos cortes e austeridade muito forte. Isso foi necessário para recuperarmos da crise, mas começamos a ver alguns excessos em alguns mercados. Outro fato é que pós-crise, começamos a ver retornos negativos na renda fixa (retorno menor do que a inflação), como forma de incentivar a economia. Impressão de dinheiro foi outro fato que ocorreu, devido as taxas perto de zero em países de primeiro mundo.

– O mundo é uma máquina: em sua Gestora, Dalio tenta racionalizar todas as decisões. Em vez de ficar de olhos atentos em monitores e cotações, ele procura por correlações nos dados da economia, interligando-os com o mercado financeiro. Dalio acredita que não apenas os investimentos, mas o mundo, a natureza, o ser humano, são uma máquina e o mercado financeiro é um reflexo desses.

– Para ter sucesso, você precisa estar contra o consenso e precisa estar certo: o consenso é refletido no preço. Para ter sucesso nos investimentos é preciso ir contra a manada e ter uma taxa de sucesso alta, cortando as perdas rapidamente e deixando os lucros crescerem. Fazer isso na prática não é fácil, pois vai contra a natureza humana de sentir-se segura onde a maioria está.

 

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