Arena do Pavini

Gradual nega bloqueio de contas no exterior e diz que vai processar gestora Incentivo

06 jun 2017, 2:21 - atualizado em 05 nov 2017, 14:02

Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini

A corretora  Gradual Investimentos divulgou há pouco nota negando que a Justiça dos Estados Unidos e de Luxemburgo teriam arrestado ativos da corretora em um processo envolvendo fraude em fundos de previdência complementar. As informações foram publicadas na coluna  Radar Online da revista  Veja neste fim de semana.

Segundo a coluna, tribunais de Nova York e Luxemburgo teriam determinado o arresto dos bens da corretora e da dona da Gradual, Fernanda Ferraz, e seu marido, Gabriel Gouvêa de Freitas também teriam tido seus ativos bloqueados em uma ação movida pelo grupo Incentivo.

No processo movido no Brasil pedindo arresto de bens da corretora, a Incentivo afirma que identificou a “aquisição fraudulenta e não autorizada” pelo Fundo Piatã, gerido pela Incentivo, de 974 debêntures da empresa ITSA Tech Systems, que tem os mesmos sócios da Gradual. Os papéis, considerados “títulos podres” pela Incentivo, tinham o valor de R$ 10 milhões e teriam sido adquiridos por ordem da Gradual, então administradora do fundo. A corretora teria se comprometido a regularizar a operação até 10 de julho de 2016, mas depois alegou que recebera autorização de um diretor da Incentivo, André Arcoverde.

O documento apresentado pela Gradual autorizando a operaçao, porém, segundo a Incentivo, era forjado, citando uma reunião fictícia com assinatura falsa do diretor. Depois disso, a Gradual, ainda segundo a Incentivo, teria transferido parte das debêntures para outro fundo que administra, mas restaram no Piatã 600 debêntures “de alto risco emitidas e garantidas por empresas de fachada (ITSA e GF) no valor de R$ 6,6 milhões”.

A Justiça brasileira chegou a conceder liminar permitindo o arresto dos bens, que teria sido depois derrubada. O que levou a Incentivo a buscar o arresto no exterior. Na liminar concedendo o arresto dos bens, a juíza Tamara Hochgreb Matos afirma que a escritura de emissão das debêntures havia sido assinada por Fernanda e Gabriel.

Em nota, a Gradual afirma que as informações são falsas, “assim como são caluniosas as acusações de que atos fraudulentos tenham sido cometidos nos fundos sob sua administração”. A corretora também “nega  veementemente” que seus sócios e administradores mantenham ativos e recursos em contas no exterior e afirma que está “tomando as medidas judiciais cabíveis, no âmbito cível e criminal, contra a gestora de fundos Incentivo Investimento, fonte das informações infundadas veiculadas na imprensa para denegrir propositalmente a imagem desta companhia”.

A notícia da Veja dizia que os sócios da Gradual teriam transferido US$ 200 milhões para o exterior para “fugir de processos judiciais no país”. E que teriam sido bloqueados R$ 6,6 milhões do casal.  

A Gradual é uma das maiores corretoras independentes do mercado e já se envolveu em disputas judiciais antes. Em fevereiro de 2015, a corretora fechou uma parceria com a Bridge Trust, gestora de recursos do ex-presidente do banco BNY Mellon no Brasil, Zeca Oliveira, para a administração e gestão de fundos, com uma opção de compra do controle da Gradual pela Bridge. A parceria criaria uma instituição com R$ 6,5 bilhões em ativos sob gestão. Menos de um ano depois, porém, em setembro, o acordo foi rompido pela controladora da Gradual, Fernanda Ferraz, o que deu início a uma ação judicial da Bridge contra a corretora envolvendo valores adiantados na operação.

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