Gradual diz que colabora com a PF após prisão de executivos
A Gradual Investimentos disse que está colaborando com a Polícia Federal após ter sido envolvida na operação Encilhamento, que é um desmembramento da Operação Fantasma. O esquema envolvia corretoras de valores, empresas de fachada, consultores de investimentos e institutos de previdência. O valor da fraude teria chegado a R$ 1,3 bilhão.
Segundo a Broadcast, a presidente da corretora, Fernanda Lima, e o executivo Gabriel Paulo Gouvea de Freitas Junior, teriam sido presos. A Polícia Federal informou ao Money Times que, dos 20 mandados de prisão temporária, 16 foram cumpridos. Outras 4 pessoas estão no exterior. A PF informou que não divulga nomes de presos.
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Em nota enviada ao Money Times, a Gradual declarou que executivos da empresa estão colaborando com a Polícia Federal em decorrência da Operação Encilhamento. “A companhia reitera que segue contribuindo com as investigações de forma transparente para esclarecer o que for necessário às autoridades e provará suas alegações e os reais responsáveis”.
O esquema
A PF identificou que 28 Institutos de Previdência Municipais que investiram em fundos que, por sua vez, direta ou indiretamente, adquiriram os papéis sem lastro. Há o envolvimento de uma empresa de consultoria contratada pelos Institutos de Previdência e elementos que apontam para corrupção de servidores ligados a alguns Institutos de Previdência.
Estão sendo investigados, até o momento, 13 fundos de investimento. No 2º semestre de 2016 foi constatada a existência de R$ 827 milhões de reais em apenas oito destes fundos, dinheiro que, em última análise, destina-se ao pagamento das aposentadorias dos servidores municipais. Estima-se que as debêntures emitidas por empresas de fachada ultrapassam o valor de R$ 1,3 bilhão.
Em Uberlândia, cita a PF, o instituto de previdência tinha R$ 350 milhões em carteira com a administração de gestores e superintendentes sem experiência. A diretora financeira, explica a PF, era a mulher do motorista do ex-prefeito. Estas pessoas foram responsáveis por investir R$ 300 milhões em fundos suspeitos, a despeito da recomendação contrária do Comitê de Investimento. O valor era repassado para um agente autônomo, que então indicava investimentos em debêntures sem lastros.