GPA (PCAR3) e Grupo Mateus (GMAT3): Um tem mais vantagem e pode surpreender o mercado, diz BB
O BB Investimentos reduziu o preço-alvo para o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), de R$ 31,70 a R$ 28,60, e para o Grupo Mateus (GMAT3), de R$ 6,70 a R$ 5,70.
O banco tem recomendação neutra para ambos os varejistas, apesar de vê-los enfrentando momentos diferentes.
No curto prazo, a instituição espera que ambas as companhias continuem enfrentando um cenário desafiador por causa da inflação. No entanto, o BB Investimentos tem um olhar mais otimista para o Pão de Açúcar.
Segundo o BB Investimentos, o Pão de Açúcar está focado em readequar sua estrutura após o encerramento das lojas do formato hipermercado e drogarias, “o que exige reestruturação e redimensionamento do negócio”.
A instituição acredita que o Pão de Açúcar esteja em uma posição mais vantajosa para entregar incremento de rentabilidade na comparação anual, podendo até surpreender o mercado.
“Isso porque a descontinuidade das operações do hipermercado, que prejudicavam a rentabilidade do grupo, combinada com a readequação de sua estrutura, ora em curso, devem favorecer o ganho de alavancagem operacional nos próximos trimestres”, explica Georgia Jorge, responsável pelo relatório divulgado nesta sexta-feira (10).
A tese de investimento do BB para o grupo, se baseia em quatro pilares:
- resiliência do segmento de varejo alimentar, mesmo em cenários de recessão econômica;
- força de suas marcas e exploração da fidelização dos seus clientes;
- novo ciclo de abertura de lojas; e
- aceleração das iniciativas digitais visando à sustentação do incremento na demanda por alimentos via e-commerce.
Também conta a favor da companhia as operações do Grupo Éxito, “que vêm apresentando bons resultados e já representam cerca de 60% das vendas totais”, destaca.
Pressão nas margens
Em relação ao Grupo Mateus, o processo de expansão acelerada “deve levar à perda temporária de alavancagem operacional” no curto prazo, avalia o BB Investimentos.
A instituição lembra que foi apresentado aos investidores, na época do IPO, um plano de expansão focado na densificação de rotas já existentes, “o que contribuiria para o ganho de alavancagem operacional já no curto prazo”.
Entretanto, em 2021, a companhia mudou sua estratégia e optou por criar uma regional para ocupar estados na região Nordeste, ainda não explorados por suas marcas.
O movimento de expansão na região Nordeste implica uma maior pressão sobre as margens operacionais e, por isso, o BB Investimentos projeta margens inferiores no curto prazo.
Ainda assim, a tese de investimento do Grupo Mateus possui alguns pontos fortes, como:
- resiliência do segmento de supermercados e hipermercados em cenários macroeconômicos desafiadores;
- atuação regional, o que permite que o grupo seja capaz de entender profundamente as características, hábitos e preferências da população em seu entorno;
- combinação única de negócios entre varejo e atacado, o que propicia ganho de eficiência logística e permite a centralização de serviços de padaria, hortifruti e frios; e
- aceleração da expansão orgânica mediante o adensamento de rotas logísticas já trabalhadas e a entrada em novas cidades na sua região de atuação.
De riscos, a instituição cita a concentração regional no Nordeste e no Norte, além do acirramento da concorrência.
Disclaimer
O Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.
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