Economia

Governo se prepara para novo pacote econômico; veja quais são os planos de Lula

17 fev 2023, 9:40 - atualizado em 17 fev 2023, 9:55
Lula
Lula já adiantou que o salário mínimo e a faixa de isenção do Imposto de Renda serão ampliados. Governo também deve lançar o Desenrola. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O governo está se preparando para lançar um novo pacote econômico focado na área social. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já adiantou que haverá um aumento no atual salário mínimo e revisão da tabela do Imposto de Renda.

Em entrevista a CNN, Lula afirmou que a partir do dia 1º de maio, o salário mínimo passa de R$ 1.302 para R$ 1.320.

O aumento do salário mínimo já estava nos planos do presidente desde a corrida eleitoral. Na época, ele defendia o reajuste real do valor – ou seja, garantir que o montante não perdesse para a inflação.

No entanto, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi mais rápido. No final do ano passado, ele editou uma medida provisória que elevou o valor de R$ 1.212 para os atuais R$ 1.302. A meta, então, passou a ser a busca de um salário mínimo mais alto.

Em relação ao Imposto de Renda, o governo planeja isentar quem recebe até R$ 2.604 – são exatos dois salários mínimos reajustados.

Em sua campanha, Lula prometeu isentar quem recebe até cinco salários mínimos e voltou a reforçar que esse é o plano. “Vamos começar em R$ 2.640 [a isenção] e vamos chegar gradualmente até R$ 5 mil [antes do fim do mandato]”, disse em entrevista.

O governo também deve aproveitar para lançar oficialmente o programa de renegociação de dívidas Desenrola, voltado para quem ganha até dois salários mínimos com dívidas de até R$ 5 mil.

Lula tem uma reunião agora de manhã com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda) e Wellington Dias (Desenvolvimento) para fechar os detalhes do pacote. O anúncio das novidades deve acontecer na semana que vem, após o Carnaval.

Cofres públicos

As projeções são de que o reajuste do salário mínimo tenha um impacto nas contas do governo dentre R$ 5 bilhões e R$ 8 bilhões em 12 meses, segundo as projeções de Rafael Passos, analista da Ajax Capital, e Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

O peso do novo mínimo já era uma preocupação para o Ministério da Fazenda, por não ter espaço no Orçamento para acomodar o reajuste. Nas contas iniciais da pasta, o custo adicional dos R$ 1.320 seria de R$ 7,7 bilhões a R$ 14,5 bilhões – acima dos R$ 6,8 bilhões reservados para essa finalidade.

Já a nova tabela do Imposto de Renda deve custar ao governo mais de R$ 30 bilhões que vão deixar de ser arrecadados.

Já Felipe Salto, economista-chefe da Warren Renascença, projeta que o efeito dos R$ 1.320 de salário mínimo de maio a dezembro será de R$ 4,8 bilhões. Já a correção da tabela do Imposto de Renda de janeiro a dezembro de 2024 custará R$ 25 bilhões.

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