Governo quer usar recursos de fundo para pagar dívida da Venezuela e Moçambique com BNDES e Credit Suisse
Após o não pagamento de dívidas da Venezuela e de Moçambique, o governo brasileiro deve editar nos próximos dias um projeto de lei para usar recursos do Fundo de Garantia à Exportação para quitar dívidas dos dois países. A proposta vai determinar o remanejamento de 1 bilhão e 300 milhões de reais para o fundo garantidor e, assim, pagar débitos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES ) e banco suíço Credit Suisse.
Venezuela e Moçambique contrataram empreiteiras brasileiras para serviços de engenharia e fizeram financiamentos com os bancos para pagar as obras. O Tesouro Nacional foi o fiador da transação, que chegou a um bilhão e meio de reais. Mas, como os dois países não quitaram os débitos, o governo brasileiro ficou com a dívida.
A solução de editar o projeto para remanejar recursos foi negociada em reunião do presidente Michel Temer com ministros e líderes da base aliada. De acordo com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, o Congresso vai se reunir na próxima quarta-feira (02) para votar o texto, mas o ministro não informou de onde virão os recursos remanejados. Ele disse também que, se o projeto não for aprovado, a inadimplência fica com o governo brasileiro. Mas o ministro descartou essa possibilidade.
O ministro disse ainda que os líderes também estão confiantes de que o texto será aprovado. Deputados e senadores já foram convocados para uma sessão conjunta, mas o governo sabe que a sessão pode ser esvaziada já que será um dia após o feriado do dia 1º de maio.
Ao sair de uma cerimônia, o próprio presidente fez um apelo aos congressistas: Procuramos as embaixadas da Venezuela e de Moçambique para se posicionarem sobre o caso, mas até o fechamento desta reportagem não obtivemos retorno.