Governo quer R$ 36 bi com venda de imóveis em 4 anos
Após a aprovação da reforma da Previdência na Câmara, o governo pretende avançar com sua agenda liberal e entre as prioridades está a venda de 3.751 imóveis da União, que devem render R$ 36 bilhões aos cofres federais nos próximos 4 anos.
O secretário de Coordenação e Governança do Patrimônio da União, Fernando Bispo, disse que há muito interesse privado pelos ativos, que incluem terrenos centrais e bem avaliados em importantes cidades brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e até duas casas localizadas no Jardim Paulista, bairro nobre da capital paulista. “Hoje, minha secretaria é a maior imobiliária do mundo, precisamos mudar isso. Nós temos 750 mil imóveis.”
Ao todo, os imóveis da União são avaliados em R$ 1,3 trilhão. O esforço na venda dos ativos acontece em meio à crise fiscal, com anos consecutivos de déficits.
Para 2019, o secretário promete começar com a venda de R$ 1 bilhão. O primeiro leilão acontecerá em 12 de agosto. “Esse R$ 1 bilhão é para estruturar o processo interno, na sequência, vamos ter mais estratégia para a venda e queremos acelerar.”
Parte dos imóveis que serão colocados à disposição da iniciativa privada integravam a Rede Ferroviária Federal, que faliu e cujos prédios administrativos e estações passaram a incorporar a carteira da União. “As cidades cresceram em torno dessas estações de trem, então temos várias cidades, principalmente em São Paulo, em que os terrenos são muito bem avaliados, mas estão abandonados.”
Além dos imóveis da União que estão em uso, como os prédios da Esplanada, praças e prédios públicos, o governo também recebe imóveis como pagamento de dívidas e de apreensão em ações envolvendo o tráfico de drogas, como fazendas espalhadas pelo país.
“O objetivo nosso é vender o máximo possível de imóveis para a iniciativa privada. O ideal seria, em cada imóvel da União, uma placa assim: ‘União: vende ou aluga. Tratar 0800 ou site’”, disse o secretário de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, durante evento em São Paulo.
A equipe de Bispo pretende também fazer alguns pacotes, com o que chamam de uma venda do “filé e do osso”. Isso porque, além dos imóveis de alto valor, o governo também possui ativos com menor rentabilidade. “Queremos estruturar ativos e vamos empacotar algumas coisas para vender junto, sendo bom para o investidor e para o governo.”