Governo vê inflação acima do teto da meta em 2025 e desaceleração do PIB; veja as projeções
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A equipe econômica do Governo divulgou, nesta quinta-feira (13), um boletim com suas projeções atualizadas para a economia brasileira em 2025, estimando uma inflação de 4,8% e um Produto Interno Bruto (PIB) de 2,3%.
As estimativas anteriores, divulgadas em novembro de 2024, eram de uma inflação de 3,6% e um PIB de 2,5% para este ano.
Apesar do Ministério da Fazenda estimar uma estabilidade no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em relação ao ano passado, a projeção segue acima do teto da meta — 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A previsão da equipe para a inflação reflete os impactos defasados da depreciação cambial e a dinâmica de um mercado aquecido.
Enquanto os preços de alimentos devem cair este ano, puxados por boas condições climáticas e aumento da produção, a inflação de bens industriais e itens monitorados, como energia elétrica e transporte urbano, tende a subir.
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Em serviços, espera-se estabilidade. “Os preços de serviços sensíveis à ociosidade deverão desacelerar, respondendo aos impactos da política monetária contracionista nos mercados de crédito e trabalho. Em contrapartida, espera-se maior resiliência da inflação de itens mais sensíveis à inércia em função da aceleração dos preços nos últimos meses de 2024”, dizem.
Quanto ao crescimento econômico, a previsão de 2,3% reflete a política monetária contracionista, que limita o crédito e reduz o consumo. Setores cíclicos, como serviços e indústria de transformação, devem sentir os efeitos dessa política, enquanto atividades não cíclicas, como agropecuária e extrativa, devem apresentar crescimento expressivo.
Do lado da demanda, espera-se desaceleração no consumo e nos investimentos, compensada pelo melhor desempenho das contas externas. As exportações devem se beneficiar do câmbio depreciado e da forte produção agropecuária, especialmente no primeiro trimestre, quando a colheita recorde de soja impulsionará o PIB do setor.
A partir do segundo trimestre, porém, o crescimento da agropecuária deve perder força e a economia entrará em um ritmo de estabilidade, reflexo da menor expansão do crédito e do desaquecimento do mercado de trabalho.