Governo prevê R$ 1 bi em reforços para transmissão e distribuição de energia no Matopiba
O desenvolvimento da região do Matopiba, principal fronteira agrícola brasileira, deverá exigir mais de 1 bilhão de reais em obras de reforço da transmissão e distribuição de energia elétrica, disse o governo federal nesta quarta-feira.
Estudos apresentados pelo Ministério de Minas e Energia recomendam a construção de 390 quilômetros de novas linhas de transmissão e uma nova subestação no Matopiba, que engloba o oeste da Bahia, sudeste do Tocantins e sul do Maranhão e Piauí.
No total, esses empreendimentos envolveriam investimentos de 532 milhões de reais.
Também foram mapeados 660 milhões de reais em investimentos necessários para ampliar a distribuição de energia pelas concessionárias que atuam na região, controladas pelos grupos Neoenergia (NEOE3), Energisa (ENGI11) e Equatorial (EQTL3).
Além do cenário de expansão da produção agrícola no Matopiba, com destaque para os cultivos de soja, milho e algodão, a necessidade de ampliar o fornecimento de energia à região também reflete a perspectiva de mecanização e a implantação de grandes sistemas de irrigação, que irão a aumentar a demanda por eletricidade, disse o Ministério de Minas e Energia.
Além disso, essa é uma região para a qual o fornecimento de energia é bastante limitado, com forte utilização de geração a diesel, acrescentou a pasta.
A expectativa é de que os projetos de transmissão para a região sejam levados a leilão em meados de 2023, podendo estar operacionais até 2028, disse nesta terça-feira Erik Rego, diretor de Energia Elétrica da estatal EPE.
Os lotes de Matopiba vão se somar aos grandes empreendimentos que estão sendo estruturados para escoar energia do Nordeste, e que devem resultar em leilões em 2023 com volume recorde de investimentos, afirmou Guilherme Zanetti Rosa, coordenador-geral de Planejamento da Transmissão do Ministério de Minas e Energia.
Segundo Zanetti, os três certames de transmissão estudados para o próximo ano somariam 50,6 bilhões de reais em investimentos.
“Esse número ainda não é fechado… Estamos trabalhando com esse desafio de tentar entender se o mercado vai ter algum gargalo relevante a ponto de fazer com que parte desses investimentos fatalmente tenham que ser postergados para o ano seguinte, ou leilões seguintes”.
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