Governo não quer formar oposição no Banco Central, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta quarta-feira (26), que ‘o governo não quer fazer uma bancada, ou uma oposição, dentro do Banco Central’ com as indicações de Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino Santos. Ambos foram escolhidos para as diretorias de Política Monetária e Fiscalização, respectivamente.
“Lá [no BC] não tem que ter oposição. Ali o objetivo é levar mais informações, interagir e aproximar mais“, disse o ministro em entrevista ao portal Metrópoles. Ele ressaltou que é a primeira vez que um governo assume com outro presidente do BC. “E não é qualquer governo (…) É uma passagem de bastão de um governo de extrema-direita para um governo democrático”, afirmou sobre a transição do governo Bolsonaro para o governo Lula.
A indicação foi no sentido de aproximar mais, não de criar uma bancada”, ressaltou.
Haddad também afirma que enxerga um espaço para queda de juros. Ele criticou o patamar da taxa de juro real, atualmente em 10%. Disse também que não só o governo, mas o “mundo inteiro espera uma queda da taxa de juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária)”.
Na semana que vem, o Copom decide sobre a manutenção da taxa de juros.
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‘Brasil criou uma espécie de conta paradisíaca’, diz Haddad sobre fundos exclusivos
O ministro da Fazenda também defendeu a taxação dos chamados fundos exclusivos. “O Brasil criou uma espécie de conta paradisíaca”, disse o ministro sobre os investimentos.
Esses fundos, que têm apenas um cotista, serão taxados semestralmente, de acordo com a Fazenda. O modelo deve seguir a taxação dos fundos abertos. Neles, a cobrança deve ficar em 15% para os fundos de curto prazo e de 20% para os de longo prazo.
Segundo um levantamento realizado pelo TradeMap, 2.568 fundos exclusivos com um único cotista estavam registrados até a semana passada, com R$ 757 bilhões de patrimônio.