Governo Lula tem potencial populista, mas está controlado, diz gestor
O governo Lula está “caindo na real” de que promessas de campanha são difíceis de cumprir por conta do Orçamento limitado, disse o fundador da Verde, Luis Stuhlberger, ao Brazil Journal.
Um dos gestores mais respeitados do país, ele afirmou que o presidente Lula não quer um plano fiscal. O presidente, disse o investidor, quer subir o gasto todo ano e “esperar que isso traga progresso ao país”.
“Existe uma realidade que se impõe hoje que torna muito mais difícil”, disse, em referência ao cenário doméstico e externo nos períodos dos governos Lula 1 e 2.
“Lula sabe que com o PIB crescendo muito pouco, ele vai perder popularidade, capital político e perder perante o Congresso capacidade de legislar”, opinou o gestor.
Stuhlberger disse ver o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, como influências positivas sobre o presidente da República.
São os dois ministros, na avaliação do gestor, que dizem que o controle de gastos vai ser melhor para o Brasil, “que o dólar vai ceder e as expectativas vão melhorar”.
O gestor disse ver também o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, como um freio ao governo, além da estrutura da autarquia, destacou, que conta com diretores indicados em outro governo.
“O governo [Lula] tem potencial populista, mas está controlado”, afirmou ao site.
Hoje, disse ele, fazer Selic cair é tábua de salvação do PT. Mas, segundo o gestor, mesmo com arcabouço fiscal crível, a taxa básica de juros não deve cair rapidamente.
Stuhlberger considera que o presidente do BC atua com dois vieses. Campos Neto é “patriótico”, disse, e quer ajudar a induzir o presidente da República a ter um plano fiscal. No entanto, afirmou o gestor, o presidente do BC também é um “político” – ou seja, tem um projeto pessoal.