Economia

Governo Lula erra com taxação da Shein, mas pode ganhar pontos na inflação da baixa renda; entenda

21 abr 2023, 11:00 - atualizado em 19 abr 2023, 16:05
Supermercado, RJ, inflação, IPCA
No mês passado, a inflação subiu 0,71%, desacelerando-se em relação à alta de 0,84% apurada em fevereiro. (Imagem: Reuters/Pilar Olivares)

Nas últimas semanas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se envolveu em uma polêmica sobre a taxação de sites internacionais, como Shein, Shopee e AliExpress. Isso gerou um desgaste da imagem de Lula com os consumidores brasileiros.

No entanto, ele pode estar ganhando pontos com a sua principal base eleitoral. Isso porque a inflação desacelerou para todas as faixas de renda, com destaque para os grupos de média e baixa renda.

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em março, a menor taxa foi observada entre as famílias de renda muita baixa (0,53%), enquanto a maior ficou com as famílias de renda média-alta (0,81%).

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Vale lembrar que, no mês passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,71%, desacelerando-se em relação à alta de 0,84% apurada em fevereiro. O resultado veio abaixo da mediana projetada pelo mercado, de 0,77% e é o menor para o mês desde 2020.

Confira como cada faixa de renda sentiu a inflação

Faixa de renda Inflação em março
Renda muito baixa 0,53% 
Renda baixa  0,65% 
Renda média-baixa  0,76%
Renda média  0,80% 
Renda média-alta  0,81% 
Renda alta  0,69% 

Fonte: Ipea

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Produtos que pesaram no bolso

O grupo de transportes foi o que mais pressionou a inflação no mês passado para todas as faixas de renda, graças às altas de 8,3% da gasolina e de 3,2% do etanol. Para as famílias de maior renda, o impacto desse grupo foi amenizado, em parte, pelas quedas de 5,3% das passagens aéreas e de 1,6% do seguro de carros.

Também pesaram no orçamento os grupos de habitação e saúde e cuidados pessoais. No primeiro caso, o principal foco inflacionário veio do aumento de 2,3% das tarifas de energia elétrica, sobretudo para as famílias de renda mais baixa.

Já em relação ao segundo grupo, o maior impacto para as famílias de menor poder aquisitivo foi a alta de 0,72% dos produtos de higiene pessoal. Por outro lado, o reajuste de 1,2% dos planos de saúde se tornou o principal ponto de pressão inflacionária para os segmentos de renda mais elevada.