Governo Lula erra com taxação da Shein, mas pode ganhar pontos na inflação da baixa renda; entenda
Nas últimas semanas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se envolveu em uma polêmica sobre a taxação de sites internacionais, como Shein, Shopee e AliExpress. Isso gerou um desgaste da imagem de Lula com os consumidores brasileiros.
No entanto, ele pode estar ganhando pontos com a sua principal base eleitoral. Isso porque a inflação desacelerou para todas as faixas de renda, com destaque para os grupos de média e baixa renda.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em março, a menor taxa foi observada entre as famílias de renda muita baixa (0,53%), enquanto a maior ficou com as famílias de renda média-alta (0,81%).
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Vale lembrar que, no mês passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,71%, desacelerando-se em relação à alta de 0,84% apurada em fevereiro. O resultado veio abaixo da mediana projetada pelo mercado, de 0,77% e é o menor para o mês desde 2020.
Confira como cada faixa de renda sentiu a inflação
Faixa de renda | Inflação em março |
Renda muito baixa | 0,53% |
Renda baixa | 0,65% |
Renda média-baixa | 0,76% |
Renda média | 0,80% |
Renda média-alta | 0,81% |
Renda alta | 0,69% |
Fonte: Ipea
Produtos que pesaram no bolso
O grupo de transportes foi o que mais pressionou a inflação no mês passado para todas as faixas de renda, graças às altas de 8,3% da gasolina e de 3,2% do etanol. Para as famílias de maior renda, o impacto desse grupo foi amenizado, em parte, pelas quedas de 5,3% das passagens aéreas e de 1,6% do seguro de carros.
Também pesaram no orçamento os grupos de habitação e saúde e cuidados pessoais. No primeiro caso, o principal foco inflacionário veio do aumento de 2,3% das tarifas de energia elétrica, sobretudo para as famílias de renda mais baixa.
Já em relação ao segundo grupo, o maior impacto para as famílias de menor poder aquisitivo foi a alta de 0,72% dos produtos de higiene pessoal. Por outro lado, o reajuste de 1,2% dos planos de saúde se tornou o principal ponto de pressão inflacionária para os segmentos de renda mais elevada.