Arcabouço Fiscal

Governo fará contenção orçamentária de R$15 bilhões para cumprir arcabouço fiscal, diz Haddad

18 jul 2024, 17:59 - atualizado em 18 jul 2024, 18:33
fernando haddad pib
fernando haddad pib (Imagem: Flickr/Ministério da Fazenda/Diogo Zacarias)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (18) que o governo fará uma contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano com o objetivo de cumprir as exigências do arcabouço fiscal.

Segundo o chefe da pasta econômica, R$ 11,2 bilhões serão bloqueados para respeitar o limite de despesas públicas para este ano, por conta de um gasto acima do limite de 2,5% previsto pelo arcabouço . Outros R$ 3,8 bilhões serão contingenciados para que a projeção de resultado primário do ano fique dentro da banda de tolerância da meta fiscal — entre 0% e 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Tomamos a decisão de já incorporar uma eventual perda em função desse adiamento [da decisão sobre a compensação da desoneração pendentes no Congresso e no Supremo Tribunal Federal] para contemplar o arcabouço fiscal dentro da banda prevista na LDO”, disse o ministro no Palácio do Planalto.

“A Receita (Federal) fez um grande apanhado do que aconteceu nestes seis meses, o mesmo ocorreu com o Ministério do Planejamento, no que diz respeito às despesas, e vamos ter que fazer uma contenção de 15 bilhões de reais para manter o ritmo do cumprimento do arcabouço fiscal até o final do ano.”

Nesta quinta-feira (18), o ministro da Fazenda participou da reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO). Além dele, estiveram presente os ministros da Casa CivilRui Costa; do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; da Gestão e Inovação, Esther Dweck e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Antecipei para evitar especulações, diz Haddad

Entre as falas, Haddad disse que antecipou as informações para “evitar especulações”. Ele disse que o detalhamento do bloqueio e do contingenciamento será feito na próxima segunda-feira (22), na divulgação do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas.

O contingenciamento, por sua vez, será feito para levar o resultado fiscal — diferença entre receitas e despesas primárias — para dentro da banda de tolerância da meta.

Vale lembrar que o alvo para o ano é de déficit zero, com margem de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para mais ou para menos.

Na prática, as duas medidas — de contingenciamento e de bloqueio — implicam em cortes nos recursos disponíveis para gastos pelos ministérios.

De acordo com Haddad, por conservadorismo, a Receita não incluiu nas contas eventual arrecadação com a possível aprovação de compensações à desoneração da folha salarial de setores da economia. Segundo ele, se as medidas de receita forem aprovadas pelo Congresso, o contingenciamento poderá ser revertido.

O ministro disse ainda que o contingenciamento não levará a projeção de resultado fiscal do ano para o déficit zero, mas a um patamar próximo ao limite da banda de tolerância.

Haddad ressaltou que esses valores anunciados não têm relação com o corte de despesas obrigatórias previsto para 2025 a partir da revisão de benefícios sociais e previdenciários.

*Com informações de Reuters